Todos os sábados das 7h30 ao meio dia

A Feira da Agricultura Familiar, ou a feirinha como as pessoas costumam dizer, é um ponto de venda e compra de produtos hortifrutigranjeiros entre outros, de troca de produtos e sementes entre os agricultores e um ótimo ponto de encontro dos amigos e compadres, agora ela é semanal.

HISTÓRICO

Francisco Dellê | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

Segundo informações dos próprios feirantes, a primeira feira de produtores rurais aconteceu em Pinhão na década de 90, no segundo mandato do ex-prefeito, Darci Brolini, (MDB), falecido, que tinha como vice-prefeito, Francisco Dellê, conhecido, por Chico Dellê.

Seu Francisco é engenheiro agrônomo e trabalhou uma época como extensionista da Emater e pensa ter sido essa experiência que o motivou, quando na administração pública, em motivar a realização da feira de produtos hortifrutigranjeiros, “Eu trabalhei por três anos como extensionista e via que em todas as cidades tinha feira e era muito bom, assim, com essa experiência e a ajuda do Pape da Emater, fomos em busca dos agricultores para organizarmos a feira, entre eles estava o Zeca”, lembrou ele.

Seu Chico Dellê relembra que eles construíram um espaço, próprio para a feira na Rua Francisco Dellê, ao lado do prédio da Papelaria Nossa Senhora Aparecida. “Na época, o objetivo era ter um local para os produtores venderem o excedente, nós nos preocupamos mais em oferecer um local do que preparar os produtores para a feira, mas a Emater foi uma grande parceira”

O agricultor Nilceu Kempf, o Zeca, que hoje é o presidente da Associação da Feira da Agricultura Familiar, AFAF, também relembrou o inicio da feira. “Eu estou na feira desde a década de 90, sou o primeiro feirante, na época, nós trazíamos os produtos no carro de boi e depois numa rural, tinha um grupo bom de feirantes, mas a coisa não persistiu”, lembrou.

A feirante Maria da Luz Ferreira Lisboa, 71 anos, do Faxinal dos Carvalhos, é feirante desde a primeira feira. “O Zeca nos convidou e viemos para a feira lá na Francisco Dellê, trazíamos os produtos de bicicleta e às vezes a pé, nas bacias, trazíamos um pouco um dia antes e o restante no sábado”, relembrou a feirante.

PERSISTENCIA

Maria da Luz Ferreira Lisboa | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

Foi a feirante que persistiu quando todos desistiram, a primeira feira foi se acabando, as pessoas desistindo de vir vender os produtos.  Foi construído outro espaço na Rua 19 de Novembro para a feira, que permanece até hoje remodelado e para ele vieram poucos feirantes e por um longo tempo ficaram só a Dona Maria da Luz e mais um feirante, “Ficamos em dois feirantes, eu e o seu Rui, que é dos Kempf, depois ele abandonou e aí ficamos eu e meu marido, mas agora está essa beleza, estamos recebendo incentivo do povo”, contou bem animada.

Ela diz que a feira é mais que um meio de comercializar seus produtos, é uma terapia, “Vale a pena ser feirante, não dá para enricar, mas é bom e é bom porque a gente faz amizade, a semana fica boa e vale como uma terapia, além de vendermos bem”, e garante que os clientes gostaram da feira ser todo sábado e que aprovaram a Bufunfa.  

A Feira foi indo com seus altos e baixos, foi mantido o apoio da Emater e a assistente social Luzyanna Rocha Tavares, ao trabalhar a questão de gênero com as mulheres fortaleceu a ideia da feira.

A feira retornou com mais força nos últimos quatro anos acontecendo primeiro mensalmente, depois quinzenal, mas, a princípio, uma na sede do município e outra no distrito de Faxinal do Céu. Depois passou a ser no primeiro e terceiro sábado do mês, no local que acontece hoje.

FEIRA HOJE É TODO SÁBADO

A Feira hoje é formada por 19 produtores da agricultura familiar, ela é aberta, mas a ideia é buscar produtores que trabalhem com a produção orgânica, ou, melhor ainda, com uma produção que venha de propriedades que trabalham com agro ecologia, “Estamos estimulando a agro ecologia e com certificação, temos mais 4 agricultores que nos procuraram que querem participar da feira”, explicou Zeca, lembrando que agora em todos os sábados das 7h30 às 12 horas tem feira.

Lá, encontra-se verduras e legumes frescos, frutas da época, pães, biscoitos e doces caseiros, leite, queijos e derivados do leite  e do mel, galinha, artesanato, entre outros produtos e um pastel ou bolinho de polvilho frito na hora com um café com leite.

OS NOVATOS

Áurea Pereira Santana e Luiz Silvério, agricultores do Faxinal Santana | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

O casal Áurea Pereira Santana e Luiz Silvério, agricultores do Faxinal Santana, nascidos e criados na roça, começaram a ser feirantes a um mês e dizem estar muito satisfeitos “É bom, vendemos bem e ainda contamos uns causos a e a Bufunfa foi uma ótima ideia” declararam animados.

BUFUNFA

Para os feirantes o mais importante é que ela traz novos clientes. “A Bufunfa traz para a feira fregueses que não tinham o hábito de vir a feira, e esse é o grande ganho”, destaca Zeca.

Vanessa e Vanusa Oliveira | Foto:Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

As irmãs Vanessa e Vanusa Oliveira, que moram no bairro São Cristovão, declararam: “A gente começou a participar com a campanha da Bufunfa e temos gostado muito, as verduras são frescas, as bolachinhas caseiras são deliciosas e o pessoal é muito atencioso, acolhe todo mundo muito bem. Passar a ser semanal foi muito bom, a gente compra para a semana e a Bufunfa ainda estimula a reciclagem do lixo”.

 Mara Martins, moradora do bairro Azaléia, confirma que vir a feira é bom, “Eu venho com relativa freqüência, gosto dos queijos, dos doces e verduras, é tudo muito bom”.

VEM PRA FEIRA

O Zeca convida os agricultores, familiares a vir conhecer a feira, a participar dela, pois ele lembra que a feira vai além dos produtos que são vendidos no dia, “A feira é coletiva, aqui ninguém está sozinho, um ajuda o outro. Na feira a gente faz negocio, às vezes a gente negocia produto que nem trouxe para a feira. Criamos vínculo uns com os outros e trocamos produtos entre nós. Além de ser um momento de encontrar os amigos, pois os frequeses se tornam amigos”, e terminou convidando a população,

“Venham à feira nem que seja pra tomar um chimarrão e prosear”.

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