Profa. Liliana Porto – Programa de Pós-Graduação em Antropologia /
Chefe da Unidade de Cultura e Saberes Populares do MAE/UFPR
Em breve os pesquisadores e interessados terão acesso, em Curitiba, às edições do Fatos do Iguaçu produzidas ao longo dos vinte anos de existência do periódico. Todo este material, digitalizado, passará a compor o acervo do Arquivo Histórico do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE/UFPR). Acontecimento de relevância para o incremento das pesquisas sobre o Centro-Sul do Paraná, em especial sobre os municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu. Junto às edições, também serão disponibilizadas algumas entrevistas realizadas entre 16 e 18 de outubro: com Nara e Naor Coelho, Francisco Carlos Caldas, Margarida Mendes Dellê, Ulisses Mendes Dellê, Paulo César Nerone, Edna Teixeira e Maria Lauriane Kadubitzki, a atual Secretária de Educação Maria Aparecida de Oliveira Santos e o atual Prefeito Odir Gotardo. As entrevistas têm o objetivo de permitir uma compreensão mínima dos interessados sobre a história e a repercussão local do jornal a partir de várias perspectivas. Este rol de entrevistas, por sua vez, deve ser ampliado com novas idas a campo de pesquisadores e bolsistas da UFPR.
A diversidade das temáticas abordadas pelo Fatos, conjugada a sua penetração tanto nas sedes quanto no interior dos dois municípios (afinal, atualmente são 3.500 exemplares por edição e mais de 500 assinaturas), faz com que este seja um material impresso essencial para o conhecimento da política, da economia, do cotidiano e das perspectivas dos moradores locais. No entanto, antes desta parceria entre o jornal e o MAE, a consulta e análise deste rico material exigia o deslocamento até a sede do Fatos, em Pinhão.
Como resultado imediato, já estão em desenvolvimento dois projetos de Iniciação Científica de estudantes do curso de Ciências Sociais que têm o jornal como objeto: de Naomi Mayer, intitulado “Entre os campos e as matas: perspectivas do mundo rural a partir da coluna Agricultura do Jornal Fatos do Iguaçu – Pinhão/PR”, e de João Artur Cavallet, intitulado “Pensando a divulgação em mídia impressa local de notícias sobre segurança e violência em Pinhão/PR”, ambos sob minha orientação.
Fundamental em todo este processo foi a abertura de Nara Coelho e do casal Nilse Helena e Naor Coelho para o estabelecimento desta parceria. Eles não somente disponibilizaram o material que já possuíam digitalizado, como doaram exemplares físicos para digitalização e pesquisa direta. Também me receberam em Pinhão e permitiram que acompanhasse atividades do jornal, a fim de que compreendesse sua dinâmica de produção. A generosidade da família no compartilhamento deste trabalho de duas décadas amplia as possibilidades da pesquisa sobre o Centro-Sul paranaense. Não há como terminar, assim, senão agradecendo a pronta receptividade a nossa proposta de cooperação.