Meio-campista Gilfy Sigurdsson, jogador do Everton, da Inglaterra
Por Paulo Henrique Gomes
Em 2018, na Rússia, a Islândia participará pela primeira vez de uma Copa do Mundo. Com pouco mais de 350 mil habitantes, é a nação com menor população em toda a história a chegar ao torneio. Na primeira fase, os islandeses estão no grupo D, ao lado de Argentina, Croácia e Nigéria.
A primeira participação da Islândia em Eliminatórias para a Copa do Mundo aconteceu na edição de 1958. Sem tradição no esporte, os islandeses sofreram quatro derrotas em quatro jogos e terminaram a competição com um saldo de 20 gols negativos. A partir de 1976, a Islândia participou de todas as edições eliminatórias da Copa do Mundo, mas sempre teve participações figurativas e nenhum resultado expressivo.
Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, a Islândia ficou muito perto da vaga. Após ficar em 2° lugar no grupo E das Eliminatórias Europeias, os islandeses se classificaram pela primeira vez para a repescagem. Contra a Croácia, os islandeses fizeram dois jogos duríssimos. Após um empate sem gols na primeira partida, a derrota por 2 a 0 adiou o sonho da Islândia em disputar uma Copa.
Após se classificar um segundo lugar no grupo A das Eliminatórias da Euro 2016, os islandeses garantiram sua presença na maior competição europeia de seleções pela primeira vez. A classificação para a competição parecia ser o momento áureo do país. Mas o melhor estava com vir. Logo de cara, eles surpreenderam.
Após empatar as duas primeiras partidas, os islandeses conseguiram se classificar para as oitavas de final após marcar o gol da vitória contra a Áustria aos 49 minutos do segundo tempo. E o adversário era a forte e tradicional Inglaterra. Mas nada iria tirar a felicidade dos islandeses. A Islândia foi valente e derrotou a Inglaterra por 2 a 1, eliminando o English Team da competição. Logo em sua primeira participação na Euro, os islandeses chegavam às quartas de final. Mas pararam por aí. A derrota pra França por 5 a 2 pôs fim ao sonho islandês.
Mesmo com a eliminação, o carisma dos islandeses conquistou o mundo. Além do desempenho no campo, a Islândia ficou conhecida pela sintonia entre time e torcida. A dança viking, movimento coordenado de braços entre jogadores e torcedores, foi feita nos estádios franceses durante a Eurocopa e acabou virando um símbolo da equipe na competição.
O próximo objetivo dos islandeses era se classificar para a Copa do Mundo de 2018, após ficar muito perto da vaga em 2014. Nas Eliminatórias, a Islândia estava no grupo I, ao lado de fortes seleções, como Croácia, Turquia e Ucrânia. E novamente, fez história. Com sete vitórias, dois empates e uma derrota, a Islândia conseguiu a vaga para a Copa de maneira direta, após terminar as Eliminatórias como líder de seu grupo.
A curiosidade é que o técnico que levou a equipe à sua primeira Copa mantém outro emprego. Heimir Hallgrímsson é dentista e continua atendendo seus pacientes na pequena ilha de Heimaey, mesmo após assumir a seleção islandesa depois da Eurocopa de 2016.
Os 23 jogadores que irão disputar a competição sentem muito orgulho em representar os pouco mais de 300 mil habitantes do país. Quem tem tudo para ser o destaque da Islândia na competição é o meio-campista Gilfy Sigurdsson, jogador do Everton, da Inglaterra. O atleta, que tinha sua participação ameaçada na Copa por conta de uma lesão no joelho, pode ser a referência técnica da equipe na competição. Acostumados a sonhar alto, a Islândia quer beliscar uma das vagas de seu grupo. A Argentina é a favorita para ficar com uma das vagas. Croácia e Nigéria, com mais experiência, saem na frente dos islandeses na briga pela outra vaga. A Islândia corre por fora na briga, mas não pode ser descartada.
Fonte: Agência do Rádio Mais