Por Raphael Costa

Favorito para a liderança do Grupo 1, o Uruguai chega a Copa do Mundo da Rússia apostando na mescla entre jogadores jovens e veteranos. Na última edição, em 2014, a seleção celeste caiu diante da Colômbia, sendo eliminada nas oitavas de final.

Ao todo, a seleção uruguaia acumula 12 participações em Copas do Mundo. E logo na primeira edição, em 1930, o país levantou em casa o primeiro título mundial. O segundo veio duas décadas depois, de forma dolorosa para os brasileiros. Em 1950, Ghiggia foi o herói do bicampeonato e marcou o gol da vitória contra o Brasil, no episódio que ficou conhecido como Maracanaço. Depois dos dois títulos, os uruguaios passaram um bom tempo sem chegar a fases decisivas da copa.

Até que em 2010, liderados por Diego Fórlan, o Uruguai avançou até as semifinais de maneira heroica, batendo Gana nos pênaltis. A seleção celeste perdeu a chance de disputar o título de 2010, ao ser derrotada pela Holanda por três a dois. Na disputa pelo terceiro lugar, outra derrota. Desta vez para a Alemanha, pelo mesmo placar.

Se nas Copas o sucesso foi limitado, a quantidade de títulos acumulados pela Celeste durante a sua história comprovam que é de fato uma seleção a ser temida em qualquer competição que dispute. Para se ter uma ideia, o Uruguai é o maior vencedor de Copas Américas, com 15 no total.

A seleção uruguaia ainda ostenta dois títulos de Olimpíadas, em 1924 e 1928. Na época, os títulos olímpicos tinham o mesmo peso dos campeonatos mundiais. E é por isso, inclusive, que o Uruguai tem quatro estrelas em sua camisa. Duas por conta das conquistas olímpicas e duas pelos títulos em Copas do Mundo.

Experiente, o atual plantel uruguaio chega a essa Copa do Mundo com jogadores rodados internacionalmente. É o caso de Edinson Cavani, por exemplo, atacante que joga ao lado do brasileiro Neymar, no Paris Saint-Germain. Diego Godín, capitão da equipe comandada por Óscar Tabárez, tem o estilo xerifão e é titular absoluto em seu clube, o Atlético de Madrid.

Dois velhos conhecidos, que possivelmente estarão entre os 23 escolhidos por Tabárez, atuam no futebol brasileiro. Martín Silva, goleiro do Vasco da Gama, e Arrascaeta, meia do Cruzeiro, podem estar entre os escolhidos para disputar o mundial pelo Uruguai. Martín tem longa história com a seleção, participou das categorias de base no sub-17 e sub -20 e desde 2009 frequenta a lista de selecionáveis do país vizinho. Já Arrascaeta está no Brasil desde 2015, quando chegou ao Cruzeiro. Assim como Martín, Giorgian de Arrascaeta também passou pela seleção sub-20 do Uruguai. Já na principal, o meia foi convocado pela primeira vez em 2014. Em 13 jogos, o meia balançou a rede apenas uma vez.

A esperança celeste, porém, recai sobre os ombros de Luis Suárez, atacante do Barcelona e companheiro de Lionel Messi e Phillipe Coutinho. Luisito é considerado por muitos um dos principais atacantes do mundo. Hoje no Barcelona, “El Pistolero” começou a carreira no Nacional de Montevidéu, em 2005. Depois de 35 jogos e 12 gols, o atacante se transferiu para o Groningen, da Holanda, onde manteve a fama de matador. Foram 15 bolas na rede em 37 partidas. Raçudo, o uruguaio chamou a atenção de um dos principais times holandeses: o tricampeão europeu Ajax. Foi no time de Amsterdã que Suárez mostrou seu verdadeiro futebol.

De 2007 a 2011, Suárez jogou 159 vezes e balançou a rede em 111 oportunidades. Em 2011, foi vendido ao Liverpool, onde se tornou ídolo jogando ao lado de jogadores como Steven Gerrard. Foram 82 gols pelos Reds em 133 partidas, durante três temporadas pelo clube inglês. Em 2014, após a Copa do Mundo, Suárez foi contratado pelo Barcelona. Já são 151 gols em 195 partidas, a melhor média da carreira. Pela seleção, Luisito é convocado desde 2007, e já marcou 50 vezes em 97 partidas, o que aumenta a confiança dos torcedores uruguaios.

A classificação para a Copa da Rússia veio sem sustos. A seleção uruguaia terminou as Eliminatórias Sul-Americanas em segundo lugar, atrás somente do Brasil. Ao todo, a Celeste acumulou durante a campanha nove vitórias, quatro empates e cinco derrotas.

Com um time sólido e um futebol que pode não encantar, mas que passa tranquilidade ao torcedor, a seleção uruguaia não deve ter dificuldades para se classificar na primeira fase. No mata-mata, entretanto, a esquadra uruguaia vai ter que derrubar grandes seleções se quiser chegar a mais um título mundial.

Fonte: Agência do Rádio Mais

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