Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

Por Nara Coelho

Suzana Ribeiro é a segunda filha dos sete filhos do casal Cornélio Pires Ribeiro e Célia Pires Ribeiro, quando nasceu, em 14/07/1964, a familia morava no distrito de Pedro Lustosa, que pertencia a Guarapuava e nele tinha uma pequena vila que recebia o nome de Vila Nova de Pinhão.

Nessa época, até o final da década de setenta era comum ouvir as pessoas que moravam mais no interior dizer, “Vou à vila” quem morava na Vila dizia “Vou à cidade” quando iam a Guarapuava.

Quando Suzana estava com cinco meses ela passou a morar no município de Pinhão, pois no dia 15 de dezembro de 1964, a Vila Nova de Pinhão conquistou sua emancipação política administrativa e passou a ser o município de Pinhão.

Fatos do Iguaçu foi até a casa dessa pinhãoense que cresceu vivenciando, contribuindo e acompanhando as transformações do município, pois Suzana é professora municipal aposentada  e pedagoga da rede estadual.

Suas memorias mais antigas

São do Colégio Procópio, “Quando fiz o antigo primário, que foi no Procópio, ele era onde hoje é o Morski e fui com o colégio para o novo endereço onde é hoje, me lembro muito de como eram as salas quando fiz o primário”. Ela também se lembrou que o jeito de ensinar e aprender era diferente, “Eu peguei os castigos de ficar de joelho no milho, de levar reguada na mão, os meninos de um lado da sala e as meninas de outro e o aluno tinha que aprender sem questionar. Hoje os professores buscam a melhor forma de aprender de cada aluno e o acesso à educação é muito maior do que naquela época”.

Uma memória já puxou a outra… A da igrejinha

 “Me lembro muito da primeira igrejinha, pois minha avó morava aqui e nós morávamos com ela, que era a responsável pela igreja e auxiliava o padre. Ela ia na missa de manhã e de noite e nós tínhamos que ir com ela. Naquela época a missa da manhã era às sete, ela tirava eu e meus irmãos da cama na primeira tocada do sino” contou com riso Suzana.

A CATEQUESE

Ela recordou com carinho que não tinha salão paroquial, que a catequese era na igrejinha e o catequista era o Frei Chico, “Eu, Mariazinha, a Jocelita, a Estela Dellê, o Luís Alberto, Airtinho e outros nos reuníamos e o Frei ia atrás do altar onde tinha uma gaveta e ele tirava uns cartazes onde tinha uma cena bíblica, ele contava a história bíblica, nossa catequese era o estudo bíblico e como na época não tínhamos televisão, rádio, eram poucos e livros, menos ainda, aquelas gravuras para nós eram um encantamento”.

MEU PAI ERA UM TROPEIRO

Suzana lembra que a vida antigamente era mais dificil, “Meu pai era pecuarista, ele criava gado, a venda era em Irati, então ele se reunia com mais criadores e iam em tropeada tocando o gado por Zattarlandia, Inácio Martins, para chegar em Irati a cavalo, ele passava dias fora de casa, nós éramos pequenos, era uma festa quando ouvíamos o barulho dos animais lá na estrada, já saíamos gritando o pai chegou, o pai chegou”.

PINHÃO AINDA TEM MUITO A CRESCER

Para nós que vimos Pinhão como Vila, com ruas de terra e ver hoje, conseguimos perceber que o município cresceu e evolui muito, mas também sentimos que há muito a crescer, a melhorar na sua estrutura urbana, comercial, de atendimento social”.

POVO HOSPITALEIRO, MAS CAUDELOSO…

Pinhão tem um povo muito acolhedor, amistoso, atencioso com as pessoas, mas ao mesmo tempo é cauteloso, vai devagar, vai conhecendo, percebendo as pessoas. È um povo muito batalhador, de muita fé, de uma grande religiosidade. A fé embasa a vida dos pinhãoenses”.

UM MUNICÍPIO LINDO   COM PROBLEMAS A SUPERAR

Nosso município é lindo, sua natureza é maravilhosa, as florestas e paisagens daqui são deslumbrantes!!

Mas ainda precisamos superar as desigualdades socais que são grandes e a desestruturação urbana. A falta da legalização dos loteamentos dificulta o desenvolvimento e aumenta a desigualdade. Esse lado é o lado feio do nosso querido município.

Pinhão já viveu meio século, já amadureceu, já aprendeu, então para mim é hora de resolver os problemas para dar mais qualidade de vida aos pinhãoenses para uma caminhada mais segura e tranquila.

Porém, quem foi e quem está aqui sabe que Pinhão é um bom lugar para se viver…

 

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