As crianças e pessoas que tiveram privações e não abundância de coisas na vida, em princípio em regra tem potencial de darem valor, zelarem enfim serem racionais no uso e destinação das coisas. E tem sentido o ditado “quem não zela do que tem não pode reclamar do que não tem”.
Os descendentes da FAMÍLIA DELLÊ CALDAS de Pinhão, foram criados nesse contexto. Família proprietária de terras mas que por não lidarem com suinocultura, erva-mate ou outra atividade de fluxo financeiro maior dos tempo pretérito, dinheiro sempre foi escasso, e tudo feito com muita economia, eficácia e eficiência em que até roupas mãe fazia mais grande, para filhos usarem mais tempo e um passando para o outro, e calçados quase que não se tinha, ainda que alimentação era farta, e carne de lata, charque, carneadas eram frequentes, e doces entre os quais de pêssego e marmelos em caixeta era uma iguaria. Os da geração dos anos 1940 e 1950, em regra não tinham moleza, ajudavam pais no trabalho e até prestavam serviços a terceiros, os de vila e cidade entre outras atividades engraxando sapatos, vendendo picolés.
Este escriba, que foi professor em Pinhão por em torno de 9 anos, tem dois filho e uma neta; licenciado em História pela UNICENTRO, e sérias preocupações com a forma que as crianças de hoje estão sendo criadas e educadas.
Na sala de reuniões de nossa escritório tem num quadro, uma crônica de setembro/2005 intitulada ”MÃES MÁS” escrita pelo médico psiquiatra Dr. Carlos Hecktheur, é que é para nós uma pérola digna de quadro e o máximo de leituras.
Também é nosso livro de cabeceira a obra de IçamiTIBA, “Disciplina Limite na medida certa”, editado em 2006 pela Integrare Editora Ltda de São Paulo; além já lidos e na estante vários livros de Augusto Cury, e da Drª. Ana Beatriz Babosa Silva, médica psiquiatra do Rio de Janeiro.
Saímos da cultura de pais autoritários, para pais liberais e preocupados em dar conforto e liberdade para filhos, e daí, o contexto de hoje filhos fracos, tristes, das telas, acomodados em quartos e na dependência de pais.
Sobre desperdícios nas nossas de praxe matutadas, já tivemos textos publicados no Jornal Fatos do Iguaçu, entre outros nas edições de: 1º-15/08/1999, 1º-15/02/2003, 6/8/2010 e 22/01/2024, esta última “O ESSENCIAL E PRIORIDADES”.
Outra coisa decorrente da cultura do desperdício, é a ostentação, pois nos deparamos no cotidiano com muitas pessoas querendo aparentar o que não são e não tem, dano passos maiores que as pernas, e acabam virando muitas vezes “exóticos mendigos com sapatos de verniz”; “calça de veludo e bunda de fora”, e uns se enterrando em dívidas e não conseguindo pagar cartões de crédito e até faturas de coisas hoje essenciais como energia elétrica, água e esgoto, internet, seguridade social e acabam virando uma novo contingente de escravos do capital financeiro.
As pessoas e o Poder Público precisam planejar melhor as coisas, para se evitar, desmanches, quebração de coisas, em que se pagou para fazer, tem que se pagar para desmanchar e remover entulhos, e pagar novos materiais e mão de obra nova. Aproveitamento de coisas quase que não são feitos.
As pessoas deveriam entender que os de menores recursos, patrimônio e rendas, é melhor andar a pé, de bicicleta, de moto, veículos velhos com documentos e custeio em dia, do que andar com “piseiras”, carrões, camionetonas de despesas elevadas com IPVA, seguro e manutenções, e uns até alvos de ações de buscas e apreensões, ou penhoras em execuções por inadimplências ou passando por outras dificuldades e sacrificando patrimônio para honrar dívidas mal contraídas.
Cada um faz o que bem entender da vida e do que tem, mas não é um mal dar um pensada sobre questões como as acima. E não há nenhuma problema que ocorra discordância dessas ideias, e darem “cassetadas”, caneladas, ataques, críticas, pois, cada um é LIVRE para pensar e agir da maneira que achar melhor. Matéria feita em 16/3/24).
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).
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