Gisele de Pádua – repórter do Fatos do Iguaçu

O objetivo é qualificar os empresários da área alimentícia seja na manipulação ou fabricação.

Numa iniciativa inédita e contando com a parceria entre Prefeitura Municipal através das secretarias de Saúde, Indústria, Comércio e Turismo e Sebrae, no dia 04 de julho iniciou o curso de Boas Práticas de Fabricação, teve segunda etapa nos dia 25 e 26 de julho e terá uma terceira em agosto.

O objetivo é qualificar os proprietários de estabelecimentos comerciais e industriais que tem como carro chefe a oferta de produtos alimentícios manipulados ou fabricados, atendendo assim uma resolução do governo federal, que desde 2004 exige que as empresas tenham este curso para poder exercer tal atividade econômica.

O curso está dividido em aulas teóricas abordando os seguintes conteúdos: microbiologia básica, saúde e conduta do manipulador de alimentos, potabilidade da água, condições ambientais internas e externas, estrutura física, controle de pragas, higiene de ambientes equipamentos e utensílios, matéria-prima e insumos, produção e documentação.

As aulas práticas acontecem com visitas da instrutora, nutricionista e consultora do SEBRAE, Benilde Darcilia Rorato. As primeiras visitas foram realizadas no dia 05 de julho, quando foi aplicada uma check-list para levantar as necessidades das empresas.

A segunda etapa aconteceu nos dias 25 e 26 com aulas teóricas e uma nova visita às empresas e agroindústrias, quando foi entregue um plano de ação para cada participante, direcionado a seu estabelecimento.

E nos dias 22 e 23 de agosto, acontecerá a terceira visita com o objetivo de levantar as ações que foram realizadas pelos participantes e aplicação da check-list final.

 

FALTA DE INFORMAÇÃO

É a primeira vez que o curso é ofertado em Pinhão e entre os participantes estão 32 empresas, 23 agroindústrias, 26 merendeiras, quatro profissionais do departamento de Vigilância Sanitária e um professor da Casa Familiar Rural.

A instrutora Benilde faz uma pequena análise das agroindústrias e empresas participantes após sua visita nos dois encontros. “Senti que as empresas em um primeiro momento não desejavam passar por mudanças, porém, nesta etapa, puder perceber que eles vieram mais abertos. Não sei se estão sendo mais cobradas pelos órgãos fiscalizadores ou compreenderam a importância de primar pela qualidade. Também observei que antes mesmo de receber o plano de ação já haviam realizado algumas adequações. Isto mostra que eles entenderam o propósito do curso e sentiram a necessidade de fazer as aplicações. Boa vontade eles tem de sempre melhorar, faltava informação para muitos e cobrança, pois o ser humano é assim, só se mexe quando tem cobrança”.

SEGUINDO AS LEIS

A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou em 2004 a RDC216/04, onde elenca e regulamenta a técnica de boas práticas para serviços de alimentação e abrangem quais as atividades econômicas em que devem ser aplicadas como confeitarias, cozinhas institucionais, lanchonetes, padarias, restaurantes.

A nutricionista da Vigilância Sanitária de Pinhão, Géssica Daiani Cerbele Gonçalves Dellê, que também está participando do curso, lembra que o trabalho deste departamento é fiscalizar as normas contidas no RDC 216/04, implantada pelo governo federal a todo e qualquer estabelecimento desta natureza. “Apresentar o certificado de participação, independente se foi este que esta sendo ofertado em parceria com a secretaria de Indústria, Comércio  e Turismo ou  realizado  em outro  município será  exigido no próximo ano para as empresas que solicitarem o alvará de funcionamento. Não estamos inventando  nada, é uma Resolução de 2004 e que até o  momento  não havia sido colocada em prática em Pinhão”.

No ramo alimentício, há 30 anos o casal Rosangela e José Carlos primam pela qualidade de seus produtos. (Foto:Gisele de Pádua/Fatos do Iguaçu)

No ramo alimentício, há 30 anos o casal Rosangela e José Carlos primam pela qualidade de seus produtos. (Foto:Gisele de Pádua/Fatos do Iguaçu)

APRENDENDO SEMPRE

O casal Rosangela Carrator da Silva e José Carlos Boeira da Silva está no ramo de alimentação há mais de 30 anos e já participaram de alguns cursos desta natureza. Eles possuem um ponto de venda de pasteis e churros e contam que está sendo excelente participar do curso. “Sempre temos o que aprender e nos reciclar. Alguns tópicos nós já tínhamos conhecimento, outros foram novidade, principalmente a higiene do manipulador. Aprendi com minha mãe que devemos estar sempre bem limpos, de cabelos presos e com as unhas bem aparadas, mas desta vez aprendemos como lavar as mãos de forma correta. Recebi a visita da consultora e há pontos que devemos melhorar como a instalação de uma caixa d’água e a colocação de telas. Procuramos trabalhar com produtos de qualidade e atendendo as normas e isto faz com que minha clientela sempre volte pelo churros ou pelo pastel, que estão sempre fresquinhos”.

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