Francisco Carlos Caldas

Em 1992, um senhor do agronegócio descendente dos suábios  de Entre Rios e hoje de saudosa memória, nos fez uma ajuda para a causa política e de bem comum que tínhamos nos envolvido, e me impactou, me emocionou muito e até hoje sinto arrepio ao lembrar que quando o benfeitor disse que estava fazendo aquilo não diretamente por mim, mas pelo meu pai que ele queria muito bem, que faleceu em 15 de agosto de 1987, e se dava muito bem  com todos e destaque a Família Himmeslbach, Milla e do seu Mathias Leh. E até os dias de hoje há considerações recíprocas. E meu pai também considerava muito os parentes. A Mossicada (descendentes de seus avós maternos, Pedro de Oliveira Lima Mossico de Hipólyta Roza da Costa), ele visitava com frequência, tinha xodó por eles e todos lhe queriam muito bem.

Tem até um velho ditado que diz que “por respeito ao santo se beija o altar”. Meu pai, era muito brincalhão, “aprontava” pegadinhas com os outros, que hoje levam pessoas a fazer Reclamação no Juizado Especial Cível, ou mesmo ação na Vara Cível. Duas delas, impactantes: uma de tirar os 4 porcas da roda de uma carroça que ao andar as 4 rodas saíram do eixo; outra de cortar uma carona (utensílio de couro de montaria) do ancestral do seu João Maria da Silva (Conrado), em que comeu ingredientes de uma caldeirão de comida de trabalhadores de roça no imóvel Boa Vista do Faxinal dos Coutos, e no lugar principalmente de corinhos de toucinhos, colocou pedaços  duros da carona. E não dá para falar mal de um descendente dos Estevam Caldas, que os Conrados pegam na partida. Presença de consideração, gratidão e respeito.

Gratidão é nas palavras de Miguel de Cervantes  (1547-1616), o espanhol autor da genial obra Dom Quixote,   a virtude humana que mais agrada à Divindade. “O modo de encarar a vida é como amor. O modo correto de se viver é com gratidão” (K.  Kussomoto). Tem um ditado francês que diz que “A gratidão é a memória do coração”.

Respeito é bom e a gente gosta. Em relação a isso, a nossa memória mergulha no tempo, nos anos de 1963-1967, em que na época do primário no Grupo Escolar Procópio Ferreira Caldas, nós juntos com entre outros  Rivail Assis Ribas, Hugo Dilger, Sebastião do Nho Paraílho Silva, fazíamos bagunça na escola, mas éramos respeitosos. Bagunça de divertimento, palhaçada e só na ausência das mestras. Rivail e Sebastião, eram os dançadores. Sebastiãozinho do Nho Paraílho por causa disso, certa vez uma saudosa Diretora, veio e queria que  ele parasse de perturbar aulas com dança, e fazia de conta que estava dançando xote com ele, duas reguadas de cada lado dos gomos da bunda. Foi uma lição e tanto, e as danças cessaram na sala de aulas.

No passado, na minha infância e até juventude a gente pedia bencão aos pais, tios, padrinhos, e chamava os mais velhos de Senhor, Senhora. Isso virou hoje prática ultrapassada,  cafona, anacrônica, jurássica e pejorativos do gênero. Cumprimentar os outros nas ruas, com um “Oi”, Bom dia, Boa tarde, Boa Noite, inclusive adolescentes de escolas, eles não respondem e até se assustam e  se for um mais de idade ou idoso, chegam a pensar em importunação, assédio ou alguma negatividade da espécie.

Em síntese, nos tempos que vivemos, há falta de muitos valores e virtudes, entre os quais o essencial tripé: consideração, gratidão e respeito.

(Francisco Carlos Caldas, advogado, CIDADÃO municipalista).

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