Por Humberto Pinho da Silva
Estava o jornalista Charles Toeter a enviar as crónicas, para os jornais onde colaborava, quando após as ter introduzido nos envelopes, reparou que não tinha, à mão tesoura, para separar as estampilhas, que vinham – como era uso, na época, – unidas numa folha de papel.
Reparou, de repente, que sobre a banca de trabalho, havia um alfinete. Com paciência e vagar, iniciou a picotagem ao redor de cada selo.
Concluída a trabalhosa e paciente tarefa, separou facilmente os selos, colando-os nos respetivos sobrescritos.
Como o leitor certamente conhece, só em 1867, os selos em Portugal, é que surgiram pela primeira vez denteados.
Henry Archer, seu amigo, presenciou essa paciente tarefa, e imaginou que seria prático, que as estampilhas viessem já denteadas.
Tanto matutou, que engendrou rudimentar máquina, que executasse a tarefa.
Satisfeito com a invenção – que na realidade não era só sua, – dirigiu-se aos Correios, esperançado de vender a descoberto.
Conseguiu; obtendo a bonita quantia de 4.000 libras.
Henry Archer ficou conhecido no mundo filatélico como ter descoberto a serrilha dos selos, em 1847. Assim como Bell, foi reconhecido como o inventor do telefone, Henry Archer – aproveitando ideia do amigo, – ficou como o inventor dos selos denteados.
No tempo da minha infância, quase todos os adolescentes, possuíam uma coleção de selos, mais ou menos catalogados, por: datas, países ou temas.
Com o aparecimento do computador e do telemóvel, as cartas – que foram o encanto dos namorados, – quase desapareceram, e com elas o interesse de colecionar selos, e é pena que assim seja, porque é passatempo de reconhecido interesse cultural.
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