Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
A casa não caiu. Foi derrubada pelo mais frio dos monstros frios.
Friamente foi feito, à sombra da suja toga de tretas e malícias mil
Que vive amancebada com a mais suja das castas, ignóbil e vil
Rindo, cinicamente, enquanto o infante e o homem senil
Choram ao ver que o trabalho de suas vidas inteiras caiu
Rente ao chão, junto a esteira do trator que tudo destruiu.
O trator destruiu o que o trabalhador, com seu suor, construiu.
A esperança que luzia no olhar do infante lacrimou e sumiu
Quando a ganância e a vileza contra sua família investiu
Sem clemência, sem justiça, sem dó, como nunca se viu.
(*) Professor, caipira, escrevinhador e bebedor inveterado de café.