Por Bruno Zampier

Alvíssaras! A todos aqueles sedentos por liberdade, cansados da ingerência do Estado em assuntos da família, comemoremos!

A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou nesta quarta-feira (15 de setembro), o projeto de lei que possibilita e regulamenta o ensino domiciliar (“homeschooling”) para a educação básica no estado.

A proposta, assinada por 35 deputados, recebeu 38 votos favoráveis e oito contrários na sessão. O projeto ainda sofreu duas complementações: a primeira impõe aos pais o dever de comprovar a participação do estudante em atividades em ambiente social e coletivo, com carga horária mínima de 8 horas mensais; a segunda proíbe a opção pela educação domiciliar aos pais ou responsáveis condenados por crimes hediondos e relacionados à violência doméstica e familiar, e às drogas ilícitas.

O ensino em casa possui todas as condições de oferecer uma educação muito superior àquela ministrada por professores nas escolas comuns. Evidentemente que é uma atividade que exige preparo da parte dos pais e também tempo disponível para explicar os conteúdos, passar e acompanhar os exercícios. Atualmente existem centenas de canais no Youtube com dicas, explicações e até cursos para os pais interessados. A quantidade de livros disponibilizados pelo mercado editorial também é grande, uma vez que o interesse pelo assunto cresceu exponencialmente nos últimos dez anos.

Havendo dedicação e disciplina, o ensino domiciliar promove uma interação maior entre pais e filhos, além de que o acompanhamento do processo educacional é particularizado, ao contrário do que ocorre nas escolas, onde o ensino é massificado. Dessa forma, a aprendizagem é maximizada. Dificuldades são acompanhadas de perto e assim pode-se dar uma ênfase maior em pontos específicos. Da mesma forma que os talentos podem ser observados de perto e assim, aprimorados nas áreas específicas como letras ou matemática.

Mas não é só isso. A incômoda verdade que precisa ser dita é que o sistema de ensino das escolas brasileiras é um completo fracasso. Para piorar, a presença de professores com ideologias de extrema esquerda vem incomodando os pais há décadas. Adolescentes frequentemente terminam o ensino escolar sendo incapazes de escrever uma única frase sem cometer erros crassos de português ou de efetuar cálculos matemáticos simples, como porcentagens ou frações. Por outro lado, tornam-se “críticos” da religião, dos costumes e da própria família.

O ensino da literatura também padece com uma metodologia e uma abordagem completamente inadequada, forçando adolescentes a lerem obras medíocres como “O Cortiço” de Aluíso Azevedo, “Iracema” de José de Alencar ou a pseudo-literatura ideológica de Jorge Amado[1]. Confessemos: a tal “virgem dos lábios de mel” torna-se um trauma que condena milhões de brasileiros a jamais desenvolver a paixão pela literatura. No ensino domiciliar, os pais podem dar ênfase por exemplo nos grandes clássicos da literatura brasileira e mundial, cujos temas e tramas são mil vezes mais atrativos do que as historietas cafonas do movimento indigenista ou os panfletos comunistas travestidos de literatura.  Desde os livros para crianças e jovens, como O Pequeno Príncipe de Antoine de Sant Exupery,  Robinson Crusoé de Daniel Defoe, até as aventuras de Júlio Verne e os romances de Machado de Assis.

Pioneiro na divulgação do homeschooling o professor Olavo de Carvalho (aliás, ele mesmo um autodidata que muito cedo abandonou a escola), desde os anos 90 já vinha incentivando a prática[2]. Seu trabalho frutificou e muitos de seus alunos se tornaram grandes estudiosos do ensino domiciliar, como por exemplo Carlos Nadalim e as atuais deputadas Caroline de Toni e Ana Campagnolo. Somaram-se ao movimento diversos católicos de expressão na internet, como o casal Déia e Tiba que mantém um canal sobre moral católica.

O projeto ainda passará pela sanção do governador Ratinho Júnior. A partir de então, poderemos educar nossos filhos de forma adequada, sem o risco de que o Estado, em geral formado por políticos incultos e corruptos, venha a nos impor represálias. É um grande passo em direção à liberdade. A família, célula mater da sociedade, é dirigida pelos pais, em primeiro lugar. Esta autoridade há que ser respeitada, pois, historicamente, é um núcleo de resistência e de prevenção à instauração de governos totalitários. Em 2019, Olavo escreveu no Twitter: “Sabem por que os donos da lei proíbem o homeschooling? É porque sabem que o homeschooling vai produzir meninos mais inteligentes que eles.”

A inteligência, a cultura e a fé, sem dúvida, são os maiores legados que poderemos deixar aos nossos filhos.


[1] Jorge Amado recebeu prêmios até da ditadura comunista de Josef Stálin. Uma de suas obras, frequentemente requisitada em vestibulares é Capitães de Areia, um verdadeiro panfleto comunista travestido de literatura. Quem quiser ver um comentário sobre esse livro, deixo o link com o comentário do crítico literário Rodrigo Gurgel: https://www.youtube.com/watch?v=thhSWk-Ro3Q&t=9s

[2] Entrevista Olavo de Carvalho. Rede Vida. https://www.youtube.com/watch?v=CspPiRjzS6g

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