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A falsa impressão de que a Covid-19 estaria superada e logo voltaríamos à normalidade levou boa parte dos brasileiros a saírem da linha. O isolamento foi colocado em segundo plano. Bares, shoppings, praias voltaram a bombar.
Resultado: a segunda onda da pandemia está aí. Nossos hospitais cada vez mais cheios, com médicos e outros profissionais da saúde no limite, após oito meses de incessante batalha contra o Sars-CoV-2.
Mesmo diante um quadro nada positivo, a chegada das festas, do Verão e das férias (para muitos) já deu início ao planejamento de viagens – solos e familiares. Será que o momento e as condições sanitárias já possibilitam essa regalia. Dá para pensar em turismo com segurança, mesmo que com cuidados especiais? Ou isso é inviável?
O médico da família, dr. Renato Walch, diretor médico da Amparo Saúde, alerta: “Não! Nada de viajar nos próximos meses. Só se for extremamente necessário, indispensável e urgente. Em tal hipótese, as medidas de distanciamento (ficar no mínimo a 2m de distância), o uso correto de máscara e a lavagem das mãos com água e sabão ou álcool em gel são imperiosas e eficazes para a prevenção da doença”.
Em regra, viagens favorecem aglomerações. Portanto, são contraindicadas, conforme reforça todos os dias a Organização Mundial da Saúde. Dr. Walch, pelo exposto, aconselha a ficar em casa. Em outras palavras: um bom remédio agora chama-se juízo.
Atualmente há diversas tecnologias e outros meios de comunicação que tornam parte das locomoções dispensáveis, seja para Congressos, trabalho ou lazer. Claro que não é a mesma coisa, mas se pode, por exemplo, fazer um tour pelos principais museus do mundo virtualmente, com a saúde em segurança, só que enchendo a alma de alegria e ganhando culturalmente.
Nada é proibido. Porém, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, como acentua o ditado popular. Às mulheres grávidas, idosos e àqueles de grupo de risco, Dr. Walch orienta a evitar — a qualquer custo — exposição desnecessária, elevando o risco de contrair o vírus.
Aos que buscam defender suas escolhas sob o argumento de que viagens são essenciais à saúde mental, fica um recado sério. Dr. Walch adverte que desconsiderar a quarentena e o isolamento social pode ter desfecho trágico, como é de conhecimento geral, aliás.
“Será mais difícil vencer a Covid-19 se não pensarmos coletivamente e agirmos com responsabilidade. Os hospitais estão lotados há semanas, o número de casos só cresce, os indicadores pioram de maneira generalizada.”
Então, reveja seus planos, se for o caso. Boas experiências, não importam se fora ou dentro de casa, são equivalentes aos bons momentos em uma viagem e só agregam à saúde.
Sentimentos de satisfação atuam positivamente sobre substâncias químicas naturais em nossos corpos – o chamado quarteto da felicidade: endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina. Elas são produzidas pelos neurônios que regulam o humor e a liberação de alguns hormônios.
Bons pensamentos, atividades físicas, socialização, fazer o bem, comer chocolate – huuummmm!!! -, ouvir música e meditar são atitudes que ajudam a liberar esses neurotransmissores e propiciando mais prazer.