Alzheimer

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Arteriosclerose, demência senil, Alzheimer… O nome da doença mudou ao longo dos anos, mas os cuidados atentos com os pacientes permanecem os mesmos. Em tempos de envelhecimento da população mundial, a demência de Alzheimer se apresenta como um processo degenerativo que provoca alterações na memória e interferência nas atividades diárias, ligado, especialmente, à idade avançada.

“Os resultados são perda de memória recente e dificuldades nas habilidades de cálculo, planejamento, abstração, trabalho matemático, uso de dinheiro e tomada de decisões. Pacientes com Alzheimer têm mais dificuldade, por exemplo, de escolher um caminho ou interpretar uma metáfora”, explica dr. Denis Bichuetti, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e professor da Disciplina de Neurologia da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP).

De onde vem?

A explicação para a doença é biológica: substâncias chamadas de emaranhados neurofibrilares e placas amiloides vão se acumulando no cérebro gradativamente, até chegar a um ponto patológico. “É como se o cérebro fosse se desgastando, acumulando substâncias que impedem o funcionamento normal”, afirma dr. Bichuetti.

O processo é comum, o que muda é a genética de envelhecimento. A idade e o descuido com o corpo são fatores que representam maior propensão ao Alzheimer. Por isso, é preciso evitar o descontrole de doenças crônicas, sedentarismo, obesidade abdominal, privação de sono e exposição à poluição do ar em longo prazo.

“Todos vamos envelhecer. Mas se o fizer com saúde e estimulando o cérebro, os riscos de Alzheimer serão menores”, recomenda o especialista. Segundo ele, o histórico de demência em familiares antes dos 65 anos também pode significar risco precoce, por razões genéticas.

As três fases da doença

O Alzheimer é dividido entre as fases leve, moderada e grave. Inicialmente, a pessoa esquece fatos recentes e tem dificuldade de planejamento. Depois, passa a não dar conta de atividades diárias, como manter compromissos e administrar o próprio dinheiro. Por fim, o paciente fica completamente dependente de terceiros. O relógio biológico se perde, então há enorme dificuldade em coordenar funções fisiológicas, planejar tarefas domésticas e até realizar movimentos simples.

O que fazer?

O tratamento pode ser feito a partir de medicamentos que reponham as substâncias perdidas pelo acúmulo de toxinas. “É uma forma de fazer com que o cérebro funcione melhor”, diz dr. Bichuetti. Essa é uma opção para melhorar os problemas nas fases iniciais e impedir que a situação regrida nos níveis mais avançados. Outra alternativa são os medicamentos sintomáticos, a fim de melhorar apatia, qualidade do sono e mudanças de humor.

“O mais importante é o ambiente em que o paciente vive. Ele precisa de um lugar aconchegante, em que as pessoas ao seu redor o respeitem e o tratem com tranquilidade, sem enfrentamentos ou conflito. É necessário falar com calma, dando ordens claras e poucas por vez”, indica o neurologista.

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