Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

Cibomania, é mania ou compulsão por compras, muitas vezes de coisas desnecessárias, supérfluas, prática essa que tem potencial de contratação de dívidas, e o que é pior, cair em inadimplências ou em dificuldades.

     No mundo capitalista, na cultura de que o TER é mais importante do que o SER, e ainda se tiver  alguma doença ou desvio no meio, as coisas se agravam. Esquizofrênicos, tem necessidade, compulsão por fazer negócios.

     Este ser até se assusta com o fato do medo que muitas pessoas perderam de contrair dívidas, e não se acanham de fazer parcelamentos e financiamentos, inclusive de carros,  para pagar em 4, 6 e até mais anos.

     E agiotagem virou a prática mais lucrativa que existe. Talvez só esteja atrás, do narcotráfico para os Pablos Escobares da Vida, já que os mulinhas, e “trouxas” viciados, só recebem desgraças, doenças, caos e morte prematura.

     Nas eleições de 2018, um candidato a Presidente, tentou conquistar votos em cima dos em torno de 63 milhões de brasileiros, que estão com restrição de crédito, com o nome do SPC, SERASA,  como o nome sujo na praça como se diz. E não pegou. O segundo turno ficou entre Bolsonaro e Haddad.

     Há atividades como a agricultura, agronegócio, e que estão segurando as pontas do País, que não há como lidar sem financiamentos. Mesmos os mais fortes, fazem empréstimos, até porque os juros são atrativos. Mas há na nossa idiossincrasia, um montão de outras coisas que não há tanto necessidade disso, pois, conforme as aplicações feitas, você  só acaba crescendo que nem rabo de cavalo, e na prática trabalhando mais para lucro dos outros.

     Hoje o sucesso patrimonial, econômico-financeiro, está mais no gastar, no princípio da eficiência, o fazer mais com menos, pois, tem gente que é uma espécie de saco sem fundo, e que não adianta ganhar bastante dinheiro, que vive no vermelho, pagando juros altíssimos como os do cartão de crédito, Também jogatinas, álcool e perdularismo, geram problemas.

      Como advogado a gente fica sabendo de muitos negócios absurdos, verdadeiros tiros no pé. É claro que na necessidade, e principalmente na doença, é normal você se valer do que tem e fazer qualquer negócio para salvar, principalmente um ente querido. Mas fora disso, de estado de necessidade, caso fortuito ou força maior, muitas coisas podem  ser evitadas.

      Não é à-toa que na sala de espera de nosso escritório, está num quadro o Decálogo do estadista norte-americano Abraham Lincoln, que nasceu numa cabana, um lenhador na juventude, um contador de causos, um homem de muitos fracassos apesar de eleito presidente do EUA duas vezes (1860 e 1864), baleado na cabeça quando assistia uma peça de teatro de que tanto gostava, em 14/04/1865 com morte no outro dia, aos 56 anos de idade,  e que do citado Decálogo, destacamos 3: “Não criarás prosperidade se desestimulares a poupança”; “Não poderás criar estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado” e “Não  evitarás dificuldades se gastares mais do que ganhas.”

       Para encerrar, não está com nada, ser pão-duro, mão de vaca, sovina, mas o ser “controlado” do personagem do humorista Chico Anísio, é interessante e não é um mau negócio ser em tudo, pois, a paciência, persistência, perseverança, prudência,  o devagar se vai ao longe, o de grão em grão a galinha enche papo;  a beleza e sapiência da simplicidade, não é uma conduta desprezível, e quem viver essa experiência verá e sofrerá menos.

      Francisco Carlos Caldas, advogado,  municipalista e cidadão.       E-mail “[email protected]

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