Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

Na minha infância, e de carroça íamos em Finados no Cemitério da Caroba de Pinhão. No retorno, cestiávamos num rio próximo a Fazenda do saudoso amigo Evandro de Almeida, e uma rápida passagem e bate-papo, com o saudoso casal, seu Luiz Ferreira dos Santos e dona Josefina/”Fina”.

            No Cemitério da Caroba, estão meus ancestrais: Estevam da Silveira Caldas, Eugenio Estevam Caldas, Georgina Dellê Caldas; minhas tias do saudoso Capão Cortado:  Maria, Elvira, Francisca, Carlota, Hipólita; meus tios Amazonas da Silveira Caldas, Pedro Caldas da Silveira; meu mano Ari Dellê Caldas, e muitos outros parentes e amigos da Família.

            O Cemitério da Caroba, que no passado lideravam cuidados, os saudosos Zorardo de Deus Rocha, José Maria Mendes de Oliveira e outros, está sendo revitalizado  sob a batuta das Mossicas e parentes Evandi  Walter da Silva e Silma, onde espírito de ajuda e  cooperação não tem faltado, inclusive do Poder Público Municipal.

Que ótimo, hoje esse Cemitério não mais tomado de mato e abelhas; dá gosto ir lá, em memória dos nossos entes queridos, orar, bater papo e contar histórias, em que cada sepultura identificada, passa muitas coisas em nossa memória. Fico triste, quando e já ouvimos “políticos”, para não dizer outra coisa, só enaltecer para-brisa e só o presente e futuro, e menosprezar retrovisor e o passado, como que a história de cada um e povo, não tivesse muto valor, e que só não tem mesmo para quem tenha passado feio e vergonhoso.

           Quem não sabe de onde vem, dificilmente saberá para onde ir. Que “Tudo começa do antes” (Guimarães Rosa); da importância de reflexões proveitosas e de dar tarefas históricas ao povo.

           No Cemitério Central da sede de Pinhão, os restos mortais de meu avós maternos Francisco Alexandre Dellê e Querobina Rocha Dellê, dois nomes de peso na história de Pinhão, pelos seus feitos e o bem praticado. Também, tios maternos: Alcides, Silvio, Ciro, Jacir, Sebastião, Arival Dellê e outros parentes e amigos como Darci Brolini.

          No Cemitério Frei Francisco de Assis, na Vila Caldas, também estão sepultados parentes, amigos, e aí, quando Vereador na legislatura 1989-1992, com Darci Brolini e Francisco Dellê, fizemos todo um  trabalho sobre  organização e serviços de cemitérios públicos, via Lei nº. 027/90, de 26/07/90.

          No Cemitério de Entre Rios, de Guarapuava, estão os restos mortais do meu sogro Odilon Lustosa Mendes e sogra  Maria Izabel Mendes, e seus ancestrais, entre os quais, Pedro Mendes de Almeida,  Francisca Lustosa Dangui, Coronel Pedro Lustosa de Siqueira, este último (trisavô de minha esposa) que viveu nos anos de 1836-1915, e que foi o primeiro Prefeito de Guarapuava em 1893, que é nome de Distrito e Parque em Pinhão.

        No Finados de 2/11/2020, aproveitemos não só para folga de trabalho, mas para profundas reflexões de que estamos aqui de passagem, como um velinha acesa e vulnerável ao vento, mas que o bem que aqui fizermos, fica para sempre, prolongada ou eternizada na história, via descendentes ou escritos como este, e com o consolo e expectativa de que não morre quem vive no coração e mente dos vivos, e que só se morre efetivamente quando se é esquecido, e Cemitérios e o Dia de Finados, são  fundamentais para preservar a história e o nível de gratidão e memória de um Povo.

        Francisco Carlos Caldas, advogado,  ex-Vereador, municipalista e cidadão.

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