A Automedicação, ato de ingerir remédios para aliviar sintomas, sem qualquer orientação médica no diagnóstico ou prescrição é algo muito comum no Brasil, cerca de 35% dos medicamentos são adquiridos nas farmácias por pessoas que estão se automedicando. Entretanto, essas mesmas pessoas não imaginam os danos que isso pode causar no organismo.
Todo remédio possui efeitos colaterais e, quando ingerido de forma incorreta, pode causar mais malefícios que benefícios ao organismo. Marcelo Ciciarelli, diretor do Departamento Científico de Cefaleia da Associação Brasileira de Neurologia, explica os principais pontos
“O primeiro grande problema com relação à automedicação é a pessoa não saber o tipo de cefaleia que tem, ou seja, pode ser uma cefaleia secundária a um AVC, um tumor cerebral, uma infecção, então a primeira coisa que tem que ser feita é definir o diagnostico da cefaleia. Dessa outra forma, a pessoa pode estar correndo sérios risco à saúde”
O tratamento da cefaleia deve ser individualizado, ou seja, devem ser analisados os efeitos colaterais que essa medicação pode trazer e as contraindicações que o paciente tem a determinada medicação.
Vale ressaltar ainda que o uso excessivo de medicação, principalmente, medicação analgésica, além de causar prejuízos ao organismo como um todo, do ponto de vista hepático, gástrico e renal, existe o risco de aumento da frequência e da intensidade da dor.
No caso da enxaqueca, o ideal seria o individuo procurar repouso em um ambiente escuro e um lugar silencioso, compressas geladas na cabeça para evitar o uso de medicação.
Enxaqueca: Tratamento
Existe 2 tipos de tratamento para a enxaqueca, o da crise e o preventivo. No caso do preventivo, ele tem o objetivo de diminuir a frequência das crises, esse tratamento está indicado em pacientes que possuem 3 ou mais vezes por mês.
“Temos alguns grupos farmacológicos úteis no tratamento preventivo da enxaqueca, como por exemplo, os beta bloqueadores que são medicamentos também usados para hipertensão arterial, existe alguns antidepressivos que também são uteis no tratamento e algumas drogas antiepilépticas. Mais recentemente foi introduzido no nosso mercado, mais precisamente, de um ano meio para cá, um grupo farmacológico que chama anticorpos monoclonais que são injeções subcutâneas aplicadas uma vez ao mês, com o objetivo de bloquear um peptídeo que se chama CGRP, na qual provocam a dilatação e inflamação dos vasos cerebrais” completa Marcelo Ciciarelli.