Impossível não perguntar

Tem situações que não gostaríamos de falar, até por ela ser tão absurda e triste. Com a publicação dos resultados do IDEB, e bons, de várias escolas, a ideia era tratar desse tema essa semana. Era chamar a atenção que, para uma educação de qualidade, não precisa inventar muito, precisa de uma equipe comprometida com o aprender das crianças.

A presença e participação da família. Estratégias variadas para trabalhar os conteúdos, uma boa e contínua formação dos profissionais e, claro, uma boa estrutura física e condições de trabalho. Mas não precisa reinventar a roda. Uma escola de qualidade passa por projetos de leitura e interpretação e pelo acreditar dos professores no potencial dos seus alunos. As escolas municipais que melhor se saíram no IDEB estão situadas em bairros onde as famílias na sua maioria são de classe economicamente baixa.

O colégio estadual que se destacou recebe os alunos oriundos de outra escola municipal também de um bairro onde as famílias são carentes. Assim, fica evidenciado que o aprender não está essencialmente ligado ao fator econômico da família, mas o quanto as famílias e escolas valorizam e acreditam no aluno.

Mas não tem jeito, o tema desagradável e até aviltante impera, insiste em se manifestar. Sim, é preciso dizer que ver um prefeito ir à câmara de vereadores e dizer que está pagando mais de duzentos mil reais mensais de dívidas herdadas da administração anterior é muito triste. Mais triste ainda é vê-lo entregar um calhamaço de extratos bancários ao legislativo que mostram dinheiro público indo direto para as contas de particulares. Quase quatro bilhões desviados.

Realmente, de 2013 a 2016 foi feita a farra com o dinheiro público de Reserva do Iguaçu. Dinheiro que faltou para o remédio, para a educação, para atender os produtores rurais, aqueles que suam de sol-a-sol para produzir o alimento de todos. É chocante, aviltante ver um prefeito dizer que caminhões foram comprados duas vezes, que ônibus foram superfaturados.

Não dá para deixar passar sem mostrar, exprimir a nossa indignidade de ver que os que se lambuzaram no dinheiro público, que deixaram crianças sem atendimento médico, andam desfilando pelo município como se nada houvesse acontecido. Não dá para não perguntar: até quando a corrupção em pessoa vai desfilar e esfregar na cara dos munícipes a impunidade?

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