Durante esta semana as escolas promoveram a semana do “cabelo maluco”. Não foi só o cabelo, foi arte da cabeça aos pés. Coisas  que impressionaram quem assistiu as apresentações dos alunos. Apresentaram, muito  entusiasmados, as suas diversas criações artísticas, cujas, orientadas pelos professores regentes. Mas posteriormente, com base na subjetividade, houveram  opiniões divergentes a respeito, tais manifestadas em redes sociais.

Pais de alunos e cidadãos pinhãoenses a favor, parabenizando os professores, pela paciência  e carinho que tiveram na produção artísticas   nas crianças e ensaios e apresentação  da crianças. Outros, acharam que foi uma perda de tempo, que as escola tinham que ocupar o tempo de turnos escolares,  exercendo seu papel, com conteúdos e não com atividades daquela natureza.

Ponderemos as tais razões manifestadas. Mas eu como professor, cidadão como eles, posso  dizer também, com conhecimento de causa, que o dia dia, conteúdístico, como dizia Luís Fernando Veríssimo,  em sala de aula, é muito desgastante para os pequenos. E  existem várias formas de se ensinar.Os grandes filósofos ensinavam ao ar livre, não existiam salas de aula nem, cadernos na época. Eram ensinamentos orais, em volta de fogueiras e vejam os resultados  que os  discípulos deles apresentaram a humanidade! Essa atividade, aparentemente fútil  a certos olhares, eu vejo como bastante valiosa, uma vez que nós professores formamos pessoas para o mercado de trabalho que cada vez está mais competitivo e mais exigente com relação a boa comunicação e a pro atividade e desenvoltura dos novos candidatos.

No entanto a tal atividade, vem de encontro, de como, trabalhar desde pequeno, a desinibição dos alunos perante o publico, fazendo também que os mesmos se sintam valorizados, pois nessas apresentações são eles os protagonistas. Os alunos não podem ser sujeitos passivos numa escola, só receberem informações, mas sim tem de haver uma troca, contribuindo com aquilo que eles sabem ou são capazes de fazer.

A arte as vezes é marginalizada, mas durante as apresentações de alunos em algum evento como este,  ressalto,  que se trabalha muito a coletividade, um prestigiando o trabalho, a apresentação do outro, o que denota que a arte é uma das formas de humanizar as pessoas, e através do lúdico, descobre talentos e se explicita as variadas formas de expressar as  emoções individuais até então reprimidas.

Outro fator importante é o incentivo a leitura, tal advêm dos personagens infantis apresentados ali  e porquê não dizer adultos também, muitos apresentados por eles nesse evento,  até fazem parte da nossa cultura. Para gostar de ler os novos, as crianças,  precisam ter algumas referências contextualizadas, com personagens que apresentem ações  de preferência positivas. No ensino tradicional ensinava na alfabetização: Eva viu a uva. O boi baba. Que era essa Eva na ordem do dia? O que ela fazia além disso? Quem é geração 70 vai lembrar. Nem sempre havia ação dos personagens para incitar a leitura.

Porém,  não culpo meus professores. Era  o sistema educacional, o que  era passado  à formação docente da época. Recebiamos o que era passado, com carinho. Aproveitamos o que pudemos. Mas  o que deveremos preservar dessa época e a educação primária e secundária que recebemos em termos de respeito. Enfim, os personagens de hoje  nessas apresentações, deram mais voz e inspiração aos alunos.  E  de fato, personagens, foi o que não faltou nessa festa:Os super heróis, animais de variadas espécies, noivas, vampiros, fadas,  esportistas famosos , líderes religiosos, autoridades judiciais,  personagens de culturas regionais,   boa parte deles  povoa o nosso imaginário, caso tenhamos uma visão mais periférica  e um pouco de sensibilidade, saindo desse mundo desumano que está nos corroendo com as inversões de valores, o nosso potencial  criatividade que começa na escola e que muitas vezes e o  mantém viva a nossa cultura, e personalidade, e nos instiga a busca do conhecimento e da contribuição de cada um para um mundo melhor.

Pois nessa semana os alunos  apresentaram o que mais de valioso tinham na alma, A irreverência artística, e no palco puderam expressar o que estava recôndito, a sua expressão artística e a sua alegria de estar ali e para o deleite da plateia que indiretamente, contribuiu, como eu que não participei ativamente,  com os demais colegas de trabalho, aplaudindo certificando naquele momento o quanto a alma infantil vibra uma energia positiva e também muito nos ensina a sermos verdadeiros, menos hipócritas  e viver o momentos, sem medo ser feliz, ou do que os outros vão dizer.

Por fim, ratifico que a expressão “faz a cabeça” que escrevi no cabeçalho do texto, é  no sentido de levar os alunos a  expressarem a sua criatividade,  seu potencial de comunicação, ser um personagem principal da sua própria história e acredito que esses momentos de protagonismo, eles nunca irão esquecer, talvez, ou não, seja como o  que Casimiro de Abreu escreveu  no poema, “Meus oito anos”, mas com certeza nas suas recordações, nas   saudosas lembranças da vida escolar,   pela beleza do espetáculo  que apresentaram, esta edição, principalmente, ficará gravado dentro do coração de cada um deles.

Até a próxima edição do evento!

Edmilson Siqueira Caldas

Professor , músico e escritor

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