Tempo todos têm. Sim senhor, não há uma viva alma que não tenha à sua disposição um bom punhado desse troço para poder realizar mil e uma coisas. Não tem lesco-lesco. E quem diz o contrário, mente para todos e, principalmente, para si mesmo.

Não temos, com certeza, tempo para fazer tudo o que queremos, mas não há um pinguinho de dúvida de que temos tempo o suficiente para fazer muita coisa. Muita coisa mesmo.

Não temos tempo para fazer tudo o que bem entendemos, porém, na verdade, na maioria das vezes, nós não sabemos claramente o que queremos fazer e aí, sem nos darmos conta, acabamos por desperdiçá-los com a nossa monotonia, desprovida de propósito, de cada dia que nada nos dá hoje, nunca deu e nunca dará.

O que não está ao alcance das nossas mãos, muitas vezes, é um mínimo de força de vontade, para podermos imprimir sobre o tempo que temos a realização daquilo que de fato queremos, porém, para nossa infelicidade, e para o desalento do Jeca, na maioria das vezes, desejamos apenas aquilo que é almejado pelos outros.

E vejam só como são as coisas: temos em nossas mãos um aparelho que pode ser, ao mesmo tempo, uma ferramenta, o aparelho celular, para nos ajudar na edificação da nossa personalidade ou um veneno que, gradativamente, vai corrompendo, sem a menor cerimônia, a nossa alma de passo claudicante, que não sabe o que quer, nem pondera sobre o rumo que está seguindo.

Agora, se esse instrumento vai ser uma coisa ou outra, depende da força que procuramos cultivar em nosso âmago para retificar a nossa alma, para colocar nosso passo no prumo. Depende do fato de sermos escravos de nossa consciência ou se somos apenas meros vassalos dos nossos caprichos que são arrastados e manipulados por terceiros, quartos e quintos, com suas segundas intenções.

Por essa razão, e por muitas outras, que a raiz de grande parte de nossos problemas não se encontra nas ferramentas e nos instrumentos que utilizamos, mas sim, na vontade que norteia o uso que damos a essas coisas, coisinhas e coisonas.

Esse é o grande divisor de águas que há entre nós e as possibilidades latentes nessas coisaradas todas que a sociedade contemporânea nos brinda. Todo o resto, com o perdão da palavra, não passa de uma mera consequência, de um pálido reflexo daquilo que impera em nosso coração.

É isso. Fim de causo.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

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