Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

Uma das figuras que tem me impressionado muito nos últimos tempos, é a do professor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna, que viveu nos anos de 1927-2014,  que é o autor do Auto da Compadecida, que não me canso de assistir várias vezes. O seu jeitão, cara de caricatura, e o fato de ser conservador e sistemático, se identifica muito comigo, e também não me canso de ver e ouvir vídeos de trechos de suas palestras.

 O seu romance é amor que teve com a esposa  Zelia, é algo muito belo e interessante, e o reconhecimento, gratidão de que foi o que foi graças a ela.

           É dele o reflexivo pensamento “O otimista é um tolo. O pessimista um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”

 Suassuna fez relato sobre a leitura de um artigo de Gandhi, que mudou o seu jeito de vestir, e não usar gravata. E nós também muitas mudanças tivemos a partir de artigos, e escritos lidos, que vão da crônica “Um par de botas”, ao  poema “Círculo Vicioso” e obra “Dom Casmurro”, de Machado de Assis; a obraO Príncipe” de Maquiavel, aoO Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry; do livro “Dom Quixote” do espanhol Miguel de Cervantes, a “A Revolução dos Bichosde George Orwell.

Ariano Suassuna, buscava a essência do cômico,  de caricatura e gostava de fazer os outros rir. Este ser também gosta muito do cômico, de caricatura, mas não sabe fazer os outros rir e assassinamos piadas.

 Piada dos dois cegos, passeio de bote, e que por causa da palavra “pronto”,  resultou numa tragédia, do cego ter descido no fundo do lago, pensando que era o ponto de chegada.  E se eu for contar, não tem graça.

  Pinhão, é rico de histórias e causas, e temos muitas personagens fascinantes. E temos também os nossos João Grilos e Chicós, e o nosso folclore é riquíssimo, e muita cultura oral, se não foi registrada, corre-se o risco, de sucumbir e ser enterrado com seus protagonistas e narradores.

 Meu tio e autodidata Amazonas da Silveira Caldas (tio Mázio), falecido no início da década de 1970,  um dos pioneiros a lidar com rádio, com energia de bateria carregada em roda d’água de tafona, era bem informado e contava muitas histórias. Meu mano Ari Dellê Caldas, falecido em 27/05/2014, também era um grande contador e enfeitador de histórias e causos.

 Em termos de escritos e da nossa história mais antiga, as nossas maiores referências, são o seu José Bischof, José Silvério de Camargo, Renato Passos Ferreira e João Oliverto de Campos, este último  destacado e com textos publicados num Livro da professora da UFPR Liliana Porto e outros. Seu José Bischof, deixou comigo, um esboço de livro “Retratos de Pinhão”, digno de ser publicado. E ficou aborrecido, do Poder Público Municipal ter em 1999 apoiado a publicação do Livro do seu José Silvério de Camargo, e o dele não, e o desgaste político ficou em nós. No Governo atual, tem ocorrido apoio aos que gostam de escrever, que o diga entre outros feitos, o Sarau ocorrido no CTG de Pinhão no dia 27/04/2019, e publicações de edições e impressões de Norbert Heinz, de Guarapuava.

Não morre quem deixa escritos, que gera filhos, planta árvores, que faz boas ações e obras, ainda que simples e dos deveres básicos. Não morre quem vive no coração e mente dos vivos, e deixar escritos é um meio de tentar deixar legados e prolongar a nossa curta passagem pela vida terrena.

           Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão.

           E-mail “[email protected]”.

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