Fotos: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu
O governo do estado do Paraná decidiu pela privatização das escolas públicas, afirmando em propagandas e discursos que apenas a parte administrativa de manutenção das escolas será privatizada. No primeiro semestre, algumas escolas-piloto foram privatizadas e, agora, uma lista de 200 escolas está prevista para serem privatizadas no segundo semestre.
Segundo o Estado, será realizada uma consulta junto à comunidade escolar de cada escola para verificar se há desejo pela privatização. Contudo, pais manifestaram receio de que ocorra algo similar à implementação das escolas militares, que, segundo eles, envolveu uma pseudo consulta.
Colégio Morski
Entre as escolas listadas para privatização está o Colégio Estadual Professor Mario Evaldo Morski, no município de Pinhão/PR. Na segunda-feira, 3 de junho, alunos, pais e professores realizaram um protesto contra a privatização.
Um dos argumentos da Secretaria Estadual de Educação é que as direções têm encontrado muita dificuldade para organizar e manter a manutenção das escolas em dia.
A mãe, Indira Pilatti, questiona a necessidade de privatizar o Colégio Morski, considerado pela própria Secretaria de Educação um colégio modelo. “Minha filha estuda aqui no Morski. Os professores são maravilhosos, atenciosos, a gestão é excelente, a equipe pedagógica é muito boa. Esse colégio funciona perfeitamente bem com a gestão pública, não há razão para privatizar. Esse dinheiro destinado à gestão privada poderia ser repassado à gestão pública para que as direções investissem nos alunos e na estrutura. A escola funciona bem sendo pública e não precisa de gestão privada.”
A aluna, Barbara Maria Camargo Almeida, da 4ª série do Magistério, participou do protesto porque considera que o Colégio Morski funciona muito bem com a gestão pública. “Sou contra a terceirização, a venda das escolas que são mantidas com o dinheiro público e não dos deputados. Não queremos que a nossa escola seja terceirizada, nem a educação. Que o Estado pague aos diretores o mesmo valor por aluno que vai pagar às empresas; todas as escolas funcionarão perfeitamente bem.”
Durante o protesto, a comunidade escolar recebeu o apoio do vereador Israel Oliveira Santos (PT).