Qualquer ser normal e desde criança têm fascínio por água, árvores, animais, enfim, por coisas da natureza – meio ambiente.
Este ser tens uns parentes que são chegados também em flores.
Um dos focos desta reflexão é água, pois, apesar de boas chuvas em outubro/2021, passamos por uma crise hídrica, em que até reservatórios da SANEPAR e das usinas hidrelétricas do Paraná e País estão em muito baixo nível. E notícias de falta de água, racionamento, proliferam.
Uma cidade, uma propriedade rural, com dificuldades de abastecimento de água, é algo muito sério, ruim, daí, nunca ser demais preocupações e ações proativas em defesa de fontes, mananciais, rios, riachos.
A esposa e filhos deste, têm em Reserva do Iguaçu, uma pequena propriedade rural, onde há todo uma luta, trabalho, proteção e para lá se ter e preservar água. E na mesma já se sofreu com seca, falta de água até para beber. Em torno de apenas 2% da área, dá para se fazer plantação, e quase o seu todo é área de matas, pirambeiras, faxinais e muito pouca pastagem. Em termos de NATUREZA, MEIO AMBIENTE, é quase que um imóvel referência de cuidados, mas no aspecto patrimonial e econômico, uma propriedade quase que inviável, mas que se não for mantida e cuidada, invasões ocorrem, e matas viram carvão, pastagens e que já foi alvo de abigeatários.
E enquanto não transformada numa área em que o Poder Público, pague alguma coisa, royalties, ICMs, ecológico, para preservar nascentes, matas, natureza, banhados, e riachos que lá nascem, em cristalinos fio d’água, que cantem e murmurem na mata silenciosa, nas palavras da poetisa cruzmachadense e Helena Kolody, e que viveu nos anos de 1912-2004, o imóvel tem que ser mantido com algumas cabeças de gado, no meio de árvores, com suplementos alimentares de outras peleias e dispêndios, e no mínimo um empregado rural, que com os encargos tem um custo em torno de quase R$2.000,00 mensais.
No imóvel também em local adequado foi plantado árvores artificiais (eucaliptos), e áreas de mananciais quase todas cercadas para que gado não há danifiquem, e água para matar sede dos animais, são de reservatórios, da linhagem microbacias hidrográficas, alguns dos quais captam águas das enxurradas de estrada municipal em área perimetral do imóvel.
Enfim, e ainda que ninguém gigolô da Terra, Chico Mendes da Vida, capacho ou discípulo dos pejorativamente ecochatos ou outros incoerentes e sem noção das coisas; lá se luta, para que o imóvel, não vire a propriedade e moradia do Jeca Tatu da obra de Monteiro Lobato, e paraíso de cipó de macaco, capim de cachorro, café brabo, caraguatás, catiuns, nhapindás, guanxumais, e sapezais, ou alvo de vândalos e invasores, e que transformem tudo em carvão e/ou pastagens.
Também no imóvel, se planta árvores frutíferas, nativas e agora nos últimos tempos também erva-mate no meio de outras árvores e muitas peleias de combate a formigas. E ainda assim, as coisas não estão bem para autoridades ambientais, que muitas vezes para mostrar serviços, justificar diárias e alimentar anseios de promoções em operações, com camionetonas, têm que encontrar alguns bodes expiatórios, e de consequências descontextualizadas, caneteiam Autos de Infrações Ambientais-AIAs., Embargos, multas elevadas, processos criminais e agora até Ações Cívis Públicas de Reparações de Danos a uma tal de Mata Atlântica.
Há anos e até antes da implantação do Cadastro Ambiental Rural-CAR, defendemos que áreas rurais tituladas ou só de posse, fossem na Comarca de Pinhão, alvos de plantas/mapas na linha do CAR, e num documento que poderia ser até de uma folha só, o proprietário e/ou possuidor, ter definido a situação do imóvel: áreas de preservação permanente-APPs, banhados, olhos d’água, reserva legal de 20%, de espécies em extinção com pinheiros, imbuias, área de plantações, de faxinais, de pastagens, e daí, se não respeitar o que foi estabelecido, nem mais teria meios e munições de se defender.
Mas num País em que a cultura da corrupção, da falta de ética, dos privilégios, mordomias, enriquecimentos ilícitos, precisam ser alimentadas, ideias como essas, de enfrentamentos práticos e operacionais, não tem voz nem vez, e até recebem rótulos de “ideia de jerico”, de lunáticos, de Dom Quixote da obra de Miguel de Cervantes, ou “Um estranho no Ninho” do filme estrelado por Jack Nicholson. E assim vai se levando a vida, e este escriba pensante, se apegando em artes, obras, pensamentos, para se enfrentar tristes realidades e se adiar morte de verdades.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, rurícola, municipalista e CIDADÃO).
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