Francisco Carlos Caldas

É comum e normal as pessoas se depararem com o dilema  de aceitar ou enfrentar, lutar  para mudar uma situação, fato ou realidade.

Este pensante cada vez mais vem se deparando com esse estado de coisas (contexto), tanto na vida familiar, profissional, política e de  cidadania.

Da nossa formação, entre outras características, somos caseiro, conservador, centro esquerda, cauteloso/prevenido, esforçado no respeito às leis, arredio a dívidas e mais do que a bondade apegado a racionalidade, ao justo e a liberdade, e que em relação a última, a política é muito atrelada a econômico-financeira.

Diante desse contexto e para não se acomodar na vida, não virar uma espécie de vivo morto, “zumbi”,  um neutro, indiferente, “bundão”, “coisão”, capacho; busca inspiração em pessoas e personagens da história que enfrentaram “poucas e boas”, grandes dificuldades, mas que lutaram até o fim de seus dias naquilo que acreditam e suas ideias. E de preferência sem a teimosia da “Mulher do piolho”, radicalismo, extremismos ou burrice.

Uma das saídas para esse tipo de impasse, é a busca do equilíbrio, o “In médio stat virtus”, ou seja, “a virtude está do meio” de consagrada expressão latina. Daí este ser virado uma espécie de número 5,5 lutando por 7,0, e até meio que aceitado a realidade do “estando mais ou menos está louco de bom”, da música do Gaúcho da Fronteira.

Este a primeira vez que ficou impactado com a voz, carisma da compositora e cantora Marília Mendonça,  falecida em 5/11/2021, foi ela cantando numa chalana com o Trio Parada Dura, e a música era “Aceita Que Dói Menos”. E esses dias numa espécie de ironia do destino, este diante de uma contrariedade ouviu uma espécie de conselho “Aceita que dói menos”, e dilemas e dúvidas aumentaram. E ainda tem o agravante, de determinadas situações,  se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.

A coisa que este ser mais faz na vida é PENSAR. Coisas que acontecem, das mais simples as complexas, viram um palco de matutação/reflexão, e isso é paradoxal, tem potencial de se encontrar saídas, boas, justas e racionais, mas também, trazem muitas preocupações,  angústias e até martírios.

E aí vem o dilema “Aceita que dói menos” ou se faz o enfrentamento, em busca de ao menos deixar um legado de luta, ainda que de resultados altamente insatisfatórios, para não dizer frustrantes.

Muitas caminhos se fazem na caminhada, e projetos, planejamentos, estratégias muitas vezes precisam ser alteradas, e para não cair no comodismo, aceitação/conformismo de tudo, uma saída, é tentar buscar inspiração, na história de vida de Santos, de personagens de nossa História e mesmo história de vida de pessoas comuns da comunidade, de caminhada sofrida, mas fascinante, inspiradora e de grande legado e espécie de heróis ou quase heróis do cotidiano.

Neste janeiro/2022, meio que de férias entre outras coisas de descanso, e como gostamos muito de História, vimos e ouvimos vários vídeos de  Izabelle Valladares e do Canal “Buenas Ideias” de Eduardo Bueno, e um que nos impactou, entre outros,  para não cair de vez no “Aceita que dóis menos”, do último,  foi o  da vida e obra do engenheiro Antonio Pinto Rebouças. E por essa e outras, a conclusão de que o caminho, a saída, é com equilíbrio, prudência, resiliência, não desistir nunca, continuar peleias, independente de resultados, que se vierem são bem vindos e lucro, e se não vierem valeu pelo legado de lutas.

(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão).

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