Foto: Ilustrativa/reprodução

Redação Fatos do Iguaçu

A bebida alcoólica faz parte da vida de quase a totalidade da população, ela e o cigarro estão entre as drogas lícitas, há, inclusive, uma indicação da área da saúde que uma taça de vinho por dias faz bem para o corpo ajudando na circulação sanguínea, entre outros benefícios ao corpo.

ÁLCOOL E PANDEMIA

A questão é a quantidade que se bebe e porque se está bebendo. O álcool em alta quantidade, além de ser maléfico ao organismo pode levar à alteração de humor e exacerbação de atos e atitudes, levando até a pessoa ficar violenta.

Com o isolamento social as pessoas têm bebido mais e mais vezes na semana e mesmo no dia-a-dia, isso, segundo a ciência não é bom, pois além de não ajudar pode levar a problemas de agressão nos lares e gerar dependência.

QUARENTENA PODE PARECER FÉRIAS

Tem-se observado nas redes sociais inúmeras pessoas fazendo uso mais frequente de álcool em suas casas. Nos carrinhos, nos supermercados ou mesmo nas compras feitas nas mercearias dos bairros, quase sempre tem algum tipo de bebida alcoólica.

Muita gente tem agido na quarentena como se estivesse de férias. Segundo o psiquiatra e psicoterapeuta Marcelo Niel, pensar assim é bom, mas exige cuidados, “Há um lado saudável nisso, se encararmos esse período de quarentena de uma forma mais leve, quando possível. Entretanto, devemos ter cuidado quanto ao uso de álcool”.

É PRECISO TER ATENÇÃO COM O ALCOOL

O psiquiatra Marcelo alerta que o álcool não deve ser usado com a função de calmante, “Se o álcool estiver funcionando como um “remédio” para se acalmar, para ajudar a dormir ou para esquecer, ainda que temporariamente, dos problemas. Essa é a fórmula perfeita para transformar o álcool num inimigo, que pode levar a problemas de saúde, piorar o nosso equilíbrio mental, sobretudo o humor e predispor a atitudes violentas mediante tanta tensão”.

Ele faz um alerta, “Fique atento se estiver bebendo mais do que bebia antes porque isso pode ser um alerta para um problema que está por vir”.

TER UMA ROTINA É FUNDAMENTAL

“Devemos tentar, na medida do possível, manter uma rotina de vida com alguma disciplina. Se estiver trabalhando em casa, procure evitar o álcool durante o horário de trabalho ou durante a semana. Procure reservar esse consumo para um momento especial, ritualize, não banalize”, orienta o psiquiatra e terapeuta.

UM ALERTA

Marcelo Niel chama atenção para quem já está em tratamento em relação ao alcoolismo, “Pessoas que já possuem problemas com álcool, quer estejam em tratamento ou não, estão, por conta da situação, em maior risco de recaídas. É importante buscar ajuda profissional ou de grupos de apoio como os Alcoólicos` Anônimos.

É PRECISO BUSCAR AJUDA

O álcool pode levar a atos violentos, assim é importante tomar muito cuidado com ele, inclusive assim mostrando cuidado com quem está junto passando a quarentena.

Marcelo recomenda que quem está convivendo com alguém que tem o hábito do uso da bebida alcoólica, que evite as discussões, “Quem está convivendo com uma pessoa adotando comportamento violento, seja piorado ou não pelo uso de álcool, deve evitar o conflito, se puder. Discussões, acusações, questionamentos, sobretudo quando a pessoa está sob efeito de álcool, mesmo em pequenas doses, são importantes desencadeantes de reações violentas. Se for conversar, procure fazer isso quando a pessoa estiver sóbria. Busque ajuda, denuncie, não deixe que essa situação se torne crônica ou se prorrogue”.

Marcelo Niel é médico psiquiatra e psicoterapeuta junguiano. Doutor em Ciências pelo Departamento de Saúde Coletiva da UNIFESP/SP e Professor do Curso de Medicina da Faculdade Pitágoras de Eunápolis/BA.


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