Por Prof.ª Silvia Patrícia Marques*

Todo ser humano, cedo ou tarde, se depara com o dilema da “finitude”, mais dia menos dia, somos confrontados pelo fato de que nosso tempo sobre esta terra tem um fim, e que diferente do que imaginávamos na juventude, ele é muito curto, Davi no Salmo 39:05 compara a vida humana ao comprimento de alguns palmos, ou seja, um tempo muito breve.

Apesar disso, Salomão no livro de Eclesiastes diz que Deus “colocou no coração do homem o desejo profundo pela eternidade”, de maneira que apesar de finitos e apesar de sabermos o quanto nossa vida pode ser breve, vivemos uma crise existencial sempre que experimentamos a impotência em relação à morte.

            Lutamos tenazmente, contra ela, seja na tentativa de adiá-la cuidando, de nossa saúde, afinal, sempre podemos nos alimentar melhor, fazer exercícios físicos, exercitar nosso cérebro, ir regularmente ao médico, fazer exames e dieta. Também podemos enganá-la, passando por ela e deixando uma marca sólida neste mundo, uma vez que, a cultura popular nos diz que, “não morre quem tem filhos, escreve um livro ou planta uma árvore. A forma como lutamos com a morte, nos leva a refletir que, talvez nosso maior medo, não seja morrer, mas ser esquecido.

            Assim gastamos nossos melhores dias, tentando amealhar coisas, bens, títulos e poder, até que um triste dia entendemos que nenhuma destas coisas é capaz de prolongar um dia sequer a nossa história, que as coisas ocupam um espaço em nossas vidas do qual não dispomos e para tanto, excluímos deste espaço o que realmente importa, aquilo no qual todo ser humano se agarra quando é afrontado pela morte, Deus e a família.

            A questão é, por quê deixarmos para depois aquilo que podemos fazer hoje? Por que esperar uma doença grave ou um velório para dispormos de tempo a quem amamos? Por que esperar o chão sumir debaixo de nossos pés, para então agarrarmo-nos à Deus? Creio que todos nós temos coisas para melhorar em nossas vidas, o tempo para corrigir e refazer é hoje, o futuro nos reserva duas possibilidades, contentamento ou arrependimento.

Se existe uma certeza em nossas vidas é que seremos confrontados por lutas, perdas e dor, o próprio Jesus nos alerta quanto a isso em João 16:33 quando diz: “neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. Diante das tempestades, que certamente virão, existe algo que realmente fará toda a diferença, quem está no barco conosco? Existe alguém em nosso barco?

Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas relatam uma tempestade violenta que veio sobre o barco onde estavam os discípulos na companhia de Jesus, a narrativa diz que as ondas eram gigantescas, os ventos muito fortes, o barco enchia de água e os discípulos estavam apavorados, então, acordaram o mestre. “Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: “Aquiete-se! Acalme-se!” O vento se aquietou, e fez-se completa bonança.

Então perguntou aos seus discípulos: “Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” Mc 4:39,40. Na certeza de que o futuro nos reserva tempestades, com ondas violentas, ventos ferozes e reconhecendo que nosso barco é frágil demais para as suportar, que escolhamos hoje Jesus como tripulante de nosso barco, na certeza que se Ele não acalmar os ventos e as ondas durante as tempestades da vida, certamente ele fará nosso barco frágil suportar e transpor com segurança as tempestades e de cabeça erguida, e já sem medo da morte, pois “no dia em que nossos olhos se fecharem para a história, eles se abrirão para a eternidade” Ricardo Agreste.

O segredo é que tanto nossa segurança neste mundo diante das tempestades, quanto à possibilidade de vida eterna estão em Jesus.

*Mestre em Geografia, Membro da Igreja Presbiteriana de Pinhão

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