Por Valter Israel da Silva e Claudemir Gulak
Aqui nesta coluna já trouxemos elementos sobre a legislação ambiental, demonstrando que não é por falta de legislação que vivemos uma crise ambiental. Já demonstramos que há um ambiente internacional de governança para as questões do clima, as Conferencias das Partes. Demonstramos que existem inúmeras iniciativas que nos enchem de esperanças, mas a nível global, não há definições políticas capazes de dar respostas para as questões climáticas com a potência e a urgência que o planeta necessita.
Os nove limites do planeta devem ser analisados em conjunto, pois um influencia no outro. Dos nove, já ultrapassamos quatro. E hoje falaremos um pouco sobre o terceiro tema, que por virtude é bastante polêmico! A mudança no uso do solo ( transformação de áreas de florestas em agricultura ou pecuária).
Vivemos em várias regiões do país e do mundo uma intensa crise hídrica qual trouxe e ainda trás consigo impactos devastadores na vida das pessoas e na sobrevivência dos animais e das plantações. Mais qual será o motivo de tanto desequilíbrio? Eis a questão que muitos estudiosos ousam se arriscar em responder. Porém o que é mais comum entre eles, são as teorias de que tudo tem sido causado pelas ações antrópicas desenvolvidas de maneira errada.
A organização internacional UNEP – sigla em inglês para Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente – descreve que as florestas cobrem 31% da superfície terrestre e abrigam 80% da biodiversidade do planeta. A destruição das florestas acarreta em perda de biodiversidade e habitat de muitas espécies. No contexto das transformações climáticas globais, 20% das emissões antrópicas de CO2 são provocadas pelo desmatamento. Seus efeitos também determinam alterações no ciclo hidrológico, formação das chuvas e nas características de um microclima. Sem as raízes para absorver a água das chuvas, os solos desprotegidos ficam mais suscetíveis aos processos de erosão e em uma escala ampliada podem chegar à desertificação. A água perde a sua capacidade de infiltração e deixa de abastecer os lençóis freáticos, aumentando a velocidade do escoamento superficial e podendo provocar assoreamento de rios e enchentes. (Dados do site Brasil escola – Júlio César Lázaro da Silva Colaborador Brasil Escola – Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista – UNESP – Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista – UNESP).
Segundo a EMBRAPA: “Entre 1975 e 2017, a produção de grãos, que era de 38 milhões de toneladas, cresceu mais de seis vezes, atingindo 236 milhões, enquanto a área plantada dobrou.” Com as mudanças e afrouxamentos nas leis ambientais esse percentual tende a crescer afetando drasticamente a qualidade de vida e a própria produção, conforme apontam especialistas e já estamos vivenciando essa realidade. Até que ponto o progresso e o fanatismo por alcançar índices grandes de produção está atrelado a capacidade de alimentar o mundo? Ou ainda, por que mesmo o agro brasileiro batendo Record de produção, a fome aumentou? Precisamos mesmo devastar mais e mais florestas causando desequilíbrio em prol de um falso progresso que nos levará a desertificação de solos pelo desequilíbrio climático? Ficam questionamentos para que possamos refletir e tirar conclusões.
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