Por Uemerson Florêncio

Na maioria dos relatos de assediadores é notado que muitos deles, alegam que a roupa vítima foi o motivo da abordagem. Muitos se colocam como vítima e ainda acrescentam que foi mais forte do que eles. Sendo bem irônico, se a roupa da mulher é o motivo para cometer o delito, ou seja, o crime, não ficará um manequim numa loja.

A mulher tem o direito de se vestir da forma que queira. Se o traje é o motivo para o assédio, logo também, a mulher estaria proibida de ir à praia? Pensamento surreal!

O que notamos é que a pessoa assediadora, já tem o seu caráter desnudo e por este motivo, afirmo, a nudez está em suas fantasias mentais, na sua conduta inadequada. Reforço quanto a importância para o processo de educação dos nossos filhos no sentido de não propagar tal prática perante as mulheres. Afinal, ele também veio ao mundo a partir de uma mulher e o respeito espero ao ser humano, deve ser uma prática cidadã.

Quantas mulheres neste momento estão ausentes das academias por causa de muitos alunos nestes locais ou até por conta de muitos profissionais que trabalham neste ambiente?

 Nas áreas onde o corpo está em evidência e há interação com pessoas como para fisioterapeutas, treinadoras de academia, professoras de educação física, dança ou treinadoras desportivas e são vítimas diariamente?

 Quantas desistem de seguir em frente com as suas profissões por conta da quantidade de assédio no ambiente?

Dessa forma, quero dar especial destaque para este movimento muito presente nas rotinas diárias de muitas mulheres – o assédio. É uma ação muito recorrente na vida delas, só quem vive sabe o que passa. Para muitas mulheres que vivem esta realidade, deixam de frequentar certos lugares é uma consequência natural.

É notável perceber que muitas, modificam as suas opções de caminhos, ruas, alteram os seus padrões comportamentais, surgem crenças limitantes que comprometem as suas realizações e perspectivas de futuro. Olhe bem, o tamanho do estrago realizado na vida destas mulheres por conta do assédio. Quantas vezes você se viu neste cenário ou ouviu depoimentos nesse sentido?

E, nas festas, onde as mulheres desejam estar bem consigo mesma, não deve existir importunações e constrangimentos. Por esta razão, seguem algumas orientações:

– Quando a mulher diz não, não insista. Respeite o direito da mulher em não aceitar o seu convite, afinal, não se oferece nada para quem nada lhe pediu. Simplesmente respeite.

– Não se pega nenhuma mulher pelo braço para dançar a força – é uma total falta de respeito. Você aceitaria com naturalidade, se testemunhasse a sua filha passando por um desconforto deste tipo?

– O fato de uma mulher estar com belas risadas em seu grupo de amigos, não quer dizer que ela irá sorrir para qualquer pessoa com a mesma intensidade. Não sorria para qualquer elogio, pode ser que você esteja abrindo portas para que um assediador entre na sua vida.

– Atenção mulheres: Cuidado com quem lhe convida para dançar, muitas muitas mulheres são tocadas com falta de respeito, muitas podem ser sequestradas durante a festa sem que o seu grupo perceba. E, mais tarde, se tornar manchete nos jornais.

– Atenção para as bebidas e comidas que lhe oferecem nos momentos de grandes emoções durante as festas. Cuidado com o golpe do “boa noite cinderela.” Este golpe já deixou muitas pessoas com grandes prejuízos, outras nem para as suas casas puderam voltar.

Conclusão, não estou aqui para o senhor da verdade, mas venho buscar sensibilizar quem pode se tornar vítima de assédios. Quantas vezes você foi assediada por pessoas conhecidas e desconhecidas? Como foi lidar com as duas situações? Seja firme nas suas respostas, qualquer tipo de assédio.

* Uemerson Florêncio – (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), países de língua espanhola (Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile, Uruguai, Peru e Espanha) e Estados Unidos, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.


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