Humberto Silva Pinho

Por Humberto Pinho da Silva

Certamente o leitor, já reparou, que em todas as épocas, surgem génios, figuras prodigiosas que descendem de homens notáveis.

A ciência imputa, esse fenómeno, em parte, à hereditariedade; mas será? Será a causadora do aparecimento de super dotados?

Há duvidas. Certo é, que Aristóteles era filho de médico; que Beethoven, descendia de notáveis músicos; que Mozart era filho do maestro da capela do Príncipe Arcebispo de Salsburgo; Bacon, descendias de Nicholas, ilustre Lord Chanceler da Rainha Elizabeth I, e de Ana Cooke, mulher cultíssima, que dominava o latim e o grego; e inumeráveis exemplos, poderia citar, em abono da hereditariedade.

Mas, a inteligência desses ilustres, foi por serem descendentes de famílias célebres, ou porque nasceram e criaram-se num meio cultural elevado?

Platão, in: “O Banquete”, assegura: que Sócrates, considerava que a sabedoria não se adquire por contágio:

Seria bom (…) que a sabedoria fosse uma coisa que se pudesse transmitir, de um homem, que a possui, a um homem, que não a possuiu, mediante simples contacto”.

Por certo, o saber, não é transmitido de pai ou mãe, a filho; nem a hereditariedade garante essa transmissão; mas também é certo, que o convívio diário, com grandes homens ou mulheres, favorece o desenvolvimento da inteligência, e a “descoberta” de talentos natos, que dificilmente desabrochariam, sem esse contacto.

Filho ou neto de músico tem mais probabilidade de se tornar num notável músico, de que outro, que nunca conviveu com músicos.

O mesmo acontece com escritores, filhos e netos, de conhecidos prosadores.

Aprende-se imenso por “osmose” – mesmo que não se seja ensinado – (normalmente é, )  com o convívio

É o caso da família Strauss, na música; e em Portugal, a influencia de Sofia Melo Breyner, no filho; e no Brasil, de Erico Veríssimo; estou certo que foi determinantes para desenvolverem, nos descendentes, o gosto literário

Não admira, portanto, que muitos dos atuais políticos, pertençam a famílias de conhecidos políticos, como se verifica, em Portugal, e no Brasil.

Não pretendo, com esta crónica escrita ao corrente calame, afirmar: que a hereditariedade, não tem importante papel, no aparecimento de génios.

Nem pretendo contradizer que o anexim, muito popular:

“Filho de peixe sabe nadar.”

Todavia, estou certo, que também, o convívio, favorece essa “transmissão”; e de que maneira…

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