Francisco Carlos Caldas

Nos dias 23 a 26/11/22, tivemos lendo e analisando as 80 questões do 36º. Exame da Ordem Unificado, ou seja, ou seja, do último exame  Ordem dos Advogados do Brasil-OAB.

Nós advogamos desde 1979 (há quase 44 anos), em Pinhão há quase 42 anos, e quanto a mais a gente estuda e trabalha na área, mais a gente percebe que pouco sabe. Algo mais ou menos na linha do “Sei que nada sei” do filósofo Sócrates. Pelo que tentei responder, só que em menos tempo pelas correrias da vida, cheguei à conclusão  de que do exame da OAB ia ter grandes dificuldades para acertar 50 a 60% das questões, e talvez nem acetasse 50%, pois, foram poucas as questões que acertamos de plano, de letra como se diz. Daí nos considerarmos um ser e cidadão 5,5, em busca de nosso melhor que o quando mundo  resulta em 7,0.

Como advogado da Câmara desde 8 de junho de 2008 (há mais de 14 anos) e mesmo depois de três mandatos de Vereador, de ter sido Relator da Lei Orgânica Municipal-LOM, autor do Regimento Interno-RI, nos anos de 1990, ter participado da elaboração de várias leis importantes do Município, estamos ainda engatinhando  e distante de uma satisfatória assessoria jurídica.

E a importância da continuidade  para o conhecimento não é só na nossa principal de atividade que é na  área jurídica,  que constatamos. Na atividade rural, principalmente pecuária que vem desde os nossos ancestrais do lado paterno, a precariedade do conhecimento para um desenvolvimento sustentável, também deixa muito a desejar. Prejuízos, “bobeiras”, falta de mecanismos de defesa, furto de gado  vários, e em 2022 com o coração partido e desencantado com leis ambientais, insensibilidades, injustiças, corrupção e mazelas que ocorrem na área, cessamos lida com gado em  Reserva do Iguaçu (imóvel Torres e Butiá) e em Pinhão, no imóvel Dois Pinheiros ou Boa Cria”, que na nossas área não vai mais ter cria.

Apesar de termos feito curso de Direito, História e Administração Pública, e atuação efetiva nesses três  campos do conhecimento, nos últimos 40 anos, nos sentimos frágil, vulnerável, inseguro em lida em qualquer dessas áreas, o que já dá para imaginar a situação na área do conhecimento de  quem não faz as coisas de forma contínua e sistêmica.

Não há mais espaço para fazer as coisas na louca, na improvisação, na linha do como Deus fez a mandioca. Sem  muitos estudos, sem planejamento, sem “fazer contas e custo das coisas”, sem organização ou preocupações em aperfeiçoamentos e fazer a sua parte e o  melhor, o fracasso, prejuízos, sofrimentos e infelicidade são inevitáveis.

Com continuidade, dedicação e fome de conhecimento, de aprender as coisas, de acertar de dar o melhor, as coisas  não estão nada fáceis, agora já dá para imaginar os perrengues, as dificuldades, prejuízos, problemas que os que não estão nem aí com isso têm que enfrentar.

            (Francisco Carlos Caldas, advogado, CIDADÃO municipalista).

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