Depois de percorrer milhares de quilômetros ele chegou a Pinhão dia 2 de julho
No dia 28 de dezembro de 2014, enquanto muitas pessoas corriam apressadas para os últimos preparativos e em contagem regressiva para receber o novo ano e outros para pegar a estrada com o objetivo de dar uma paradinha e recarregar as energias, na cidade de Tucson, no Arizona, o norte americano Robert Valenzuela, o Bobby, como gosta de ser chamado, então com 72 anos, também colocava o pé na estrada. Mas, não era uma viagem curta como muitos realizaram naquele período, Bobby está na estrada até hoje.
Sobre duas rodas esse motociclista já percorreu o México, alguns países da América Central e encarrou uma travessia de três dias em um barco para cruzar do Panamá para a Colômbia. Depois de percorrer milhares de quilômetros ele chegou a Pinhão na sexta-feira, dia 2 de julho, estando geograficamente distante 9.004,58 quilômetros de casa. Mas, sem muita pressa de chegar e com vontade de conhecer outras cidades brasileiras como Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Belém, entre outras, Bobby recebeu a reportagem no jornal FATOS DO IGUAÇU para contar um pouco dessa aventura que está longe de terminar.
“Depois de chegar à América do Sul, percorri com muita paciência alguns países. Coleciono placas de carros e motos e por todos eles consegui uma. Mas aqui no Brasil é muito difícil, mas meus amigos de Pinhão estão providenciando uma para que eu possa guardar de recordação. Também fixo a bandeira dos países que visito em meu colete, acho que fica bom”, conta o aventureiro.
Bobby não deixa de registrar em fotos seus novos amigos e os lugares que já passou. “O Canadá eu conheci e também fui para o Havaí. Já cheguei próximo à Terra do Fogo. Ainda não conhecia o Brasil e como todos os países, têm suas belezas e aqui são muitas. No Equador tem a linha amarela que você pode ficar com um pé no norte e outro no sul do planeta Terra. Há um monumento no Parque Metade do Mundo, que fica acerca de 13 quilômetros do centro de Quito. Em forma de torre marca o paralelo zero, dividindo o mundo em hemisférios norte e sul. Tem, também, além da linha amarela, a marca de latitude 0º 0″ 0″, museus, um mirante, um planetário e, até mesmo, uma praça de touradas”.
Em Lima, no Peru, ficou surpreso com o deserto e já estava acostumado a percorrer terras com este clima. “Na América do Sul as pessoas são mais próximas, mais calorosas. Estou há uma semana no Brasil e entrando em contato com outros Motos Clubes poderei conhecer mais belos lugares”, revelou.
AJUDA MÚTUA
O presidente dos Andarilhos Moto Grupo, Cicero Ribeiro, contou que é um hábito dos motociclistas e viajantes se ajudarem e oferecem auxílio quando conhecem viajantes como o Bobby. “Ele estava em Foz do Iguaçu e um conhecido meu, que mora em Guarapuava, o conheceu pela placa da sua motocicleta que era um viajante de fora, conversou com ele e o orientou para vir a Guarapuava. Me telefonou e contou a história e convidei Bobby para se hospedar em minha casa e conhecer o nosso grupo”.
Bobby mencionou que é um tempo de aprender e ensinar, pois existem muitas coisas diferentes entre os países que visitou e o que mais chama a atenção é a culinária. “Do Panamá para cá se come muito arroz e eles não sabem o que é um picante, ou seja, a pimenta, não sabem o que é bom. Estou planejando seguir para a Colômbia depois de conhecer o Brasil, mas acho que vou passear mais um pouco e talvez seguir até o Paraguai, afinal, tenho tempo”, finalizou.