Foto: reprodução vídeo transmissão/Legislativo

Redação Portal Fatos do Iguaçu


Na tarde desta sexta-feira (11), o Portal Fatos do Iguaçu conversou com o vereador Luciano Padilha (PSD), que participou de uma reunião promovida pela Câmara Municipal de Pinhão com representantes da 5ª Regional de Saúde do Paraná, membros do Executivo Municipal, do Conselho Municipal de Saúde e vereadores. A reunião teve como objetivo esclarecer a situação do hospital local, que permanece fechado e sem credenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o vereador, a solicitação da presença da 5ª Regional surgiu após um debate durante sessão legislativa, em que o vereador Edson Francesconi (PT), questionou a paralisação do convênio com o hospital. “O hospital dizia que faltava vontade da prefeitura, e a prefeitura alegava impedimentos legais. Para equilibrar essa narrativa, foi sugerida a presença da 5ª Regional, que aceitou participar da reunião, afirmou Padilha.

Credenciamento e Dificuldades com a Gestão

Durante a reunião, ficou claro que a instituição responsável pela tentativa de reabertura do hospital não está credenciada ao SUS, e por isso atua apenas como unidade privada. A 5ª Regional explicou que o processo de habilitação passa por várias fases: a primeira, que é a apresentação de documentação, já foi cumprida; a segunda, de análise de viabilidade, está em andamento.

No entanto, há entraves de confiança entre o Estado e a atual gestão da empresa que tenta viabilizar o funcionamento hospitalar, conforme relatado por Padilha. “Essa empresa já é conhecida da CESA (Secretaria de Estado da Saúde), e essa relação anterior tem dificultado a construção de uma nova parceria. Faltam credibilidade e garantias para que o Estado avance com o processo.”

O Erro Estratégico: Ter Deixado Fechar

Padilha ressaltou que o principal erro foi ter permitido o encerramento das atividades hospitalares na gestão anterior. “A 5ª Regional foi clara: eles não fecham uma unidade em funcionamento, a não ser que haja falhas graves. O que aconteceu aqui foi que, ao perder o convênio da prefeitura, a direção do hospital pediu o descredenciamento do SUS — e isso inviabilizou qualquer atendimento público futuro.”

Segundo o vereador, a legislação exige que uma nova unidade hospitalar cumpra todas as normas atualizadas, incluindo adaptações estruturais. Isso torna mais difícil a reativação do hospital no prédio atual, que foi construído com base em regras antigas.

Comparações Regionais e Prioridades de Gestão

O vereador também apresentou uma análise comparativa de gastos com saúde entre municípios da região. Enquanto Pinhão investe 16% do orçamento municipal na saúde, cidades como Mangueirinha aplicam até 25%, o que permitiria, por exemplo, manter uma estrutura hospitalar municipal ou filantrópica.

“Mangueirinha investiu R$ 27 milhões em saúde no último ano, com um orçamento similar ao de Pinhão, que foi de R$ 180 milhões. Aqui, investimos cerca de R$ 20 milhões. Ou seja, com uma gestão diferente, poderíamos aplicar R$ 10 milhões a mais por ano na saúde, o que mudaria completamente o cenário”, observou Padilha.

Conclusão

A reunião evidenciou que, sem credenciamento junto ao SUS, o hospital local não pode receber recursos públicos nem aderir a programas como o Mãe Paranaense, que atualmente tem como referência o Hospital Santa Tereza, em Guarapuava. Para o vereador, o caso demonstra a necessidade de estabelecer prioridades na gestão pública: “Se o povo deseja um hospital, isso exige decisão política, adequações técnicas e, sobretudo, investimento.”

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