A mania é uma prática repetitiva, um hábito ou gosto recorrente que pode ser incomum, excêntrico e extravagante, não patológico, e podem ser motivadas por crenças e superstições.
Entre vários livros que já lemos da Drª. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica psiquiatra do Rio de Janeiro, um deles é “Mentes e manias”, da Editora Objetiva-RJ publicado em 2011 em que há abordagem também sobre transtorno obsessivo-compulsivo-TOC.
Na citada obra há um capítulo II, páginas 163/173 sobre pequenas manias. Nessa obra e no Google, encontramos em torno de 170 manias das quais vamos aqui mencionar algumas que já nos deparamos no nosso cotidiano: ablutomania (de limpeza, lavar as mãos, tomar banho); acribomania (de precisão, organização e exatidão), afrodisionomia (interesse sexual anormal), aritomania (de contagem ou verificação), arnomania (obsessão por fitness – corpo saudável), arrumania (de arrumar as coisas), cibomania (dilapidação de patrimônio em jogos de azar); oniomania (de compras), cleptomania (de furtar quinquilharias), dermatolomia (cutucar a própria pele), disposofobia (de acumulação compulsiva de coisas), grafomania (de escrever), hipocondria (de doença), iconomania (por ícones e retratos), infomania (acumular informações), ludopatia (compulsão por jogos), megalomania (poder ou superioridade), mitomania (de mentir), onicofagia (roer unhas), tricotilomania (arrancar cabelos e pelos), oniomania (de compração de coisas), verbomania (de falar, do tipo mais do que o Homem da cobra).
Manias, esqusitices, se fazem também presente nas artes, na literatura, personagens, entre outros: Tio Patinhas, contando e recontando a sua dinheirama; Branca de Neve, arrumar bagunça; Penélope Charmosa, do desenho corrida maluca, mania de cabeleira no lugar; cientista Charles Darwin, por perfeccionismo, adiou por muitos anos a publicação de “A origem das Espécies”; Jacqueline Kennedy, compradora compulsiva; Coiote e cineasta americano Woody Allen, comer sempre a mesma coisa; Donald Trump, repulsa por apertos de mão; atriz Cameron Diaz, medo de contaminação, empurra portas com os cotovelos; jogador David Beckham, mania de simetria.
Dizem que “de médico e louco todos têm um pouco”, e que “De perto ninguém é normal” (Caetano Veloso). E sobre manias estranhas (esquisitices), já fizemos e foi publicada uma reflexão na edição de 23/01/2023, do Jornal Fatos do Iguaçu, e pensamos ser um assunto interessante, pois muitas dessas manias, se não forem objeto de conscientizações, correções de rumos, uso de mecanismos de defesa acabam se agravando, virando doenças e geradoras de transtornos e prejuízos.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).
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