Uma coisa que percebemos ser muito forte e ruim na nossa cultura, são hábitos de deixar restos e desperdícios em refeições e obras.
E os que deveriam enfrentar esse problema mais a sério, muitas vezes são os que mais deixam restos e desperdiçam coisas.
Tempos atrás fomos no lugar de um cercado de arame e muro de pré-moldado fizemos a substituição por blocos, e quando vimos, a quase totalidade dos palanquinhos foram quebrados e arames cortados, sem preocupação com aproveitamentos.
Em restaurantes refeições livres, à vontade, o que sobra em pratos são quantias significativas.
Este pensante que procura ser também um preceptor de uma neta que tem, está trabalhando a cabeça da mesma, para que não deixe resto de comida em pratos de suas refeições, sempre lembrando que muitas passam fome neste País. E também zelar das coisas, com pregações do tipo “Quem não zela do que tem, não pode reclamar o que não tem”.
Outra coisa digna de reflexão, são os desmanches de coisas. O correto é se evitar isso. As derrubadas das coisas, implica em gastos de materiais e serviços para desmanche e depois para os refazimentos de outro jeito. A coisa é mais dispendiosa e complicada do que fazer uma obra ou coisa nova. É claro que há situações e exceções que essas operações são necessárias, porque o do antes foi mal planejado e mal feito, as vezes até por falta de recursos e ficou um contexto irremediável de se manter e melhor sem mexer nas estruturas.
Este tem forte lembrança da mãe com uma vasilha na mão, levando talos de couve, casca de coisas de preparação de alimentos, sobras, “lavagem´ para alimentar suínos; “remendos” de roupas para uso no dia a dia, e que hoje se encenam em vestuários de festas caipiras, juninas e julhinas.
Dias desses este colocou preguinhos em tiras chinelas havaiana, uma própria e outra da neta, para demonstração de uma prática e aproveitamento que foi muito comum se fazer no passado. E chinela e chinelinha estão até os dias de hoje com os preguinhos e em condições de uso e educação financeira. Dias desses uma cadeira de rodinha que quebrou ferragem, ficou mais de ano quebrada e estava destinada para o reciclável. Foi soldada e restaurada.
Para muitas essas coisas podem ser encaradas como maluquices, mas este tem convicção não ser. Muitas práticas de hoje, estão levando a necessidades de pessoas terem que meio que se matar de trabalhar, para se manter, e satisfazer coisas do consumismo e do endeusamento do supérfluos, do mais fácil, dos mais rápido, de lesivas ostentações, modas e pouco aproveitamento das coisas.
É importante o ganhar, ter boas rendas, mas mais importante do que isso é o saber gastar. Tem gente que parece uma espécie de saco sem fundo, que não há o que chegue; que meio que vive no vermelho, no déficit, no uso de limite de conta, de cartão de crédito, e pagando juros e encargos com multas, e na ilusão de que no “prá frente”, “ano que vem” as coisas vão melhorar, na prática numa espécie de escravo contemporâneo do capitalismo financeiro e selvagem.
Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO
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