Cada um tem à sua maneira de ser, visão das coisas e mundo (idiossincrasia), mas nem por isso podemos e devemos deixar de nos preocupar com certas atitudes, da linha paradoxal, do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, e que o feio só e feio quando feito pelos outros.
O que são paradoxos? São atos que desafiam a lógica e senso comum; contradições nas opiniões, sentimentos e comportamentos; pensamentos, proposições ou argumentos que contrariam princípios básicos e gerais; que desafiam entendimentos consagrados, a crença ordinária e compartilhada pela maioria.
Na vida particular e família há muitos paradaxos, mas são problemas de cada um; agora os da política e vida pública já são problemas de todos nós.
Sobre idiossincrasia, já fizemos uma abordagem, que foi publicada na edição nº. 182 de 11-17/01/2005 do Jornal “Fatos do Iguaçu”, e depois de 18 anos voltamos ao assunto, até porque reflexões a respeito continuam relevantes, pois, ainda muita gente acha que por se ter que respeitar, as diferenças, características, maneiras de ver e ser, comportamentos próprios de cada indivíduo ou determinado grupo, jeito de cada um, “jeitão da madeira” como se diz, tem que se aceitar, ser conivente, tolerante até com ilícitos, mazelas que contrariam, leis, costumes, lógica e senso comum.
Nossas idiossincrasias tem muito a ver com as nossa formação educacional, cultural, o meio em que vivemos, e até com a genética, nossas origens.
Nessa seara toda também entra as questões das ambiguidades e relativismo ético, em que se fazer coisas erradas, ilegais, paradoxais e males do gênero, incoerentemente só são feias, negativas quando feitas pelos outros. Quando feitas por nós, nossos familiares, “companheiros”, amigos, correligionários, se fica omisso, se tolera, se acomoda, se aceita.
Infelizmente tem se constatado que agentes e líderes políticos, na oposição são uma coisa, e quando chegam ao poder, passam a ser outra coisa, e a fazer o feio, o ilegal e irregular que combatiam.
Ninguém é perfeito, 100% correto e honesto, raros titulares de santidade, mas nem por isso, se pode deixar de lado, ordem, disciplina, regras, certas “cobranças”, em buscas de correções de rumos, melhorias.
Ideias se combate com ideias e seguindo o princípio da impessoalidade, e sem agressividades ou ofensas físicas ou verbais, ou achincalhamentos de cidadania, ética, valores e dignidade dos outros, quem quer que seja.
Para encerrar e na linha Confuciana, um dito por José Wanderlei Dias, saudoso professor, jornalista da coluna “A vista do meu ponto”, que viveu nos anos de 1925 a 09/07/1992, autor de 10.227 crônicas: “Ainda que não seja o dono da verdade, nada me força a aceitar a mentira e a não reagir contra ela. Não sou perfeito, isto, porém não é desculpa nem motivo para que eu nada faça contra a imperfeição.”
(Francisco Carlos Caldas, advogado, CIDADÃO municipalista)
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