Por Humberto Pinho da Silva
Numa tarde deste verão escaldante, estava num Centro Comercial da baixa, com o amigo Júlio, quando de repente ouço alarido de vozes acaloradas, que versavam: preços e salários.
Em suma diziam: quem recebe salário mínimo, mal pode sobreviver.
Então o Júlio, vira para mim, seus belos olhos castanhos, e dispara:
– Olha lá: Tu sabes-me definir o que seja Classe Médio?
Gaguejei, tossi e disse: – Boa pergunta. Certa vez responsável afirmou: quem ganhava mil e trezentos, podia-se considerar rico…
Então o Júlio de sorrisinho maroto, obrigou-me a racionar:
– Sabes, porventura, quanto é preciso, alguém obter mensalmente, para se dizer que pertence à dita Classe?
Não lhe soube responder: nem quantia mínima nem máxima.
E o Júlio de sorrisinho bailando nos pálidos lábios, discorreu:
– Pensa bem: Família formada por casal e filho. O marido usufrui mil e quatrocentos, mensais. A mulher é dona de casa. Pertence, na tua opinião, à Classe Média?
-Acho que sim, respondi a medo, receando a astuciosa pergunta
Mas o Júlio deleitado pela conversa, prosseguiu: – Pensa, agora, noutra família, formada por casal e um filho. Ambos recebem salário mínimo. São da Classe Média?
– Onde queres chegar com esta arenga? – Inqueri.
-Apenas isso: Aumentando o salário mínimo (que é insuficiente para alguém viver dignamente,) é justo; mas olvidando a família, que vive com salário pouco mais superior, pratica-se tremenda injustiça. Bem sei que o IRS tenta regular as incorrecções, mas sei, também, que há sempre processo de o contornar…
– Queres dizer – acrescentei, – que é incorreto subir o salário mínimo!…
Não disse isso. O que se deve é olhar para o rendimento da família e não para o salário de cada um. Isso é socialismo.
Meu amigo Júlio com a filosófica conversa, queria chegar à utopia. Na teoria pode ser possível, mas na prática?
Agora pergunto ao leitor: quanto deve ter de rendimento, uma família, com um filho, para pertencer à Classe Média?
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