Ouça a crônica:
Schopenhauer, em seu livro “A arte de escrever”, logo nas primeiras páginas nos diz que podemos mensurar a falta de educação de uma sociedade pela quantidade de escolas que ela possui.
Segundo ele, quanto mais escolas uma sociedade tem, mais mal educada as pessoas tendem a ser.
A partir desta afirmação, podemos levantar vários questionamentos sobre o estado em que se encontra o nosso cambaleante sistema educacional, mas não é esse o ponto desse causo.
Vamos voltar o dedo acusador do filósofo alemão para a nossa cara, para fazermos algumas ponderações a respeito de algo que, devido a nossa inenarrável má educação, acabou tomando conta de grande parte da nossa sociedade.
Pessoas dizendo a plenos pulmões que amam, com todas as forças de sua alma, esse acampamento de desterrados que é o nosso país, tornou-se uma cena comum.
Uns afirmam isso dizendo que são “patriotas” e, outros tantos, declarando que são “cidadãos críticos”.
E nessa crítica situação de cidadãos ideologicamente engajados, e de patriotas civicamente participantes, cada um, a partir dos ângulos do seu quadrado, diz amar mais que todos esse tal de Brasil.
Sim, dizem que amam, mas não querem saber de conhecer a sua história, a nossa história.
Até querem, mas apenas o mínimo necessário para poderem fazer aquela pose de superioridade postiça e mandar os outros estudar aquilo que, de fato, nunca estudaram.
Não há dúvida alguma que essa cidadania [crítica] postiça, bem como esse patriotismo de esquina, que abundam do Oiapoque ao Chuí, refletem muito bem o quão superficial é esse nosso amor à pátria, o quão tosco é esse nosso simulacro de criticidade.
Afirmo isso não por maldade, mas porque simplesmente não há razão cívica alguma se ignoramos o devido conhecimento da nossa história, da mesma forma que não existe criticidade onde a história é restringida a um punhado de cacoetes e jargões ideológicos.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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