Ouça a crônica:
Os demônios, como todos nós sabemos, nos fazem de besta levando-nos a crer que somos muito espertos, muito inteligentes, muito críticos e por aí segue o andor, tendo em vista que o pecado que ele mais aprecia é a dita cuja da vaidade.
E como nos envaidecemos com nosso conhecimento ralo sobre meia dúzia de coisinhas. Como somos arrogantes como nossos diplomas, títulos e carreira. Meu Pai do céu! Quem nunca caiu nessa tentação que atire o primeiro capelo.
Todo santo dia corremos o risco de resvalar na ladeira da soberba e, se imaginamos que não corremos esse risco é porque, bem possivelmente, estamos lambuzados dos pés à cabeça com essa bagaça.
Porém, tal envaidecimento com a nossa suposta esperteza, com nossa hipotética criticidade, não é uma exclusividade para aqueles que se ufanam de serem detentores de títulos e diplomas. Nada disso “mermão”.
Se tem um trem que é distribuído democraticamente nesse mundão sem porteira, para toda a humanidade, é esse trem fuçado chamado vaidade.
Quantas e quantas vezes nos deparamos com pessoas que informam-se basicamente por meio daquilo que chega até elas através dos telejornais e, com base nisso, acreditam, tola e soberbamente, que estão sendo tremendamente realistas diante da vida, que estão espantosamente atualizadas, a par de tudo o que realmente é significativo para a vida e, é claro, julgam-se ser extraordinariamente lúcidas simplesmente porque são capazes de repetir as mesmíssimas coisas que viram na véspera em um telejornal de sua predileção, com a mesma entonação de voz do apresentador do dito cujo.
Detalhe importante: o sujeito faz isso, mecanicamente, de modo servil, sem ter parado para refletir nem por um minuto que fosse a respeito do que está repetindo para os outros e o faz, acreditando que está expressando a sua “opinião crítica” sobre os fatos.
O mesmo vale para a repetição simiesca de tudo aquilo que chega até nós através das redes sociais e grupos virtuais, porque o problema não está, especificamente, com os diplomas, telejornais, jornais, redes sociais e tudo mais que venha a se assemelhar a isso tudo. Nada disso. A encrenca está nessa vaidade que não nos deixa e que nós não queremos largar.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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