A morte de Rolando Boldrin em 8/11/22, apresentador, ator, cantor, escritor e compositor, nascido no dia 22/10/1936 em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, foi e é uma daquelas mortes que nos impactam.
Sempre que podia assistia os seus programas: Som Brasil, Empório Brasil, Estação Brasil e por último Senhor Brasil. Sempre “Brasil” nos nomes.
Como ator, foi para mim mais marcante, a sua atuação como Barão, na novela “Os Deuses estão mortos”; Padre José na novela “As pupilas do Senhor Reitor”.
Na música, entre outras, marcante a “Vide, vida marvada”, de 1981, que é daquelas da linhagem de: “Tocando em Frente” na voz de Almir Sater, “A chalana” de Mario Zan, “Alma Transparente” de Chico Rey e Paraná, “Fio de Cabelo” de Chitãozinho e Xororó, “Tordilho Negro”, “Querência Amada”, de Teixeirinha, “Guri” de Cesar Passarinho, “Timbre de Galo” de Pedro Ortaça, “Menino da Porteira” cantada por Sergio Reis, “Gritos de Liberdade“ do Grupo Rodeio, “Mate da Esperança” de Délcio Tavares, “Berço de Deus” e “Estrada da Vida” de Milionário e José Rico; “Planeta Água” de Guilherme Arantes, Tema de Lara”, ”O silêncio”, “La Paloma”, “Que Será, Será”, “Capri c’est fini” de Herve Vilardi, “No more Boleros” de Gerard Joling, “If you need me” (Se você precisar de mim” do conjunto After All (1973) e tantos outros Hinos para Alma.
Mas são nos causos que é o que eu mais gostava nos programas do Rolando Boldrin. Pretendo adquirir alguns de seus livros: “Proseando – Causos do Brasil (2005), História de Contar o Brasil – Carroção de Causos de Rolando Boldrin” (2012) e Contando Causos (2018).
Os causos são histórias vividas pelas pessoas ou contadas por outras, que podem ser tanto acontecidas como inventadas, ou com partes reais e partes transformadas por quem conta, pois como diz o ditado popular: “quem conta um conto aumenta um ponto”.
Pinhão, já foi um celeiro de contadores de causos. Entre outros, só vamos citar aqui os de saudosas memórias, de menções do meu mano Ari Dellê Caldas, falecido em 27/05/2014: Aureo e José Ferreira Martins, Fleury Ferreira de Lima, Albari Ferreira Caladas, Onézio Nogueira, Jaime Blém da Silva, Sebastião Silvio da Silva, Zorardo de Deus Rocha, este último que levou até sua nora Maria Goreti Kluger Rocha, a publicar em junho de 2020 um livro “Tudo Passa, a História Fica”.
Rolando Boldrin que no início de sua vida laboral, foi sapateiro, frentista, carregador, garçom, nos deixou um GRANDE LEGADO CULTURAL, e esses bens estão materializados em novelas, filmes, livros, vídeos, seus programas televisivos. Já os nossos causos e os nossos contadores de causos, estão se indo, e pouco está ficando registrado. Não dá para ficar só na memória dos que conviveram com essas pessoas, pois, esses contemporâneos também se vão.
Quantos causos e histórias da gente de Pinhão, foram sepultadas junto com alguns. Entre outros: Domingos de Oliveira Lima (Mingo Mossico), Amazonas da Silveira Caldas (tio Mázio), Ari Dellê Caldas, Zorardo de Deus Rocha, Sebastião Silvio da Silva, seu Evandro de Almeida.
Em muitas situações causos são melhores do que piadas, porque causos a maioria das vezes envolve, situações reais, pessoas conhecidas, e que alguns enfeites, aumentos e outras transformações, ficam ainda melhores.
Na semana de 7 a 13/11/22, também perdemos Gal Costa, o Sargento Pincel (Roberto Guilherme) dos “Trapalhões”, e com esses seres, se vão um pouquinho de nós, pois, numa circunstância em alguma coisa ou outra fizeram parte da nossa Vida, como os amigos, parentes, entes queridos que partem antes de nós.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, CIDADÃO municipalista).
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