Por Dominique Acirema S. de Oliveira 

Quando olhamos para tempos idos não nos damos conta do tamanho do problema que enfrentaríamos caso nosso cenário político fosse outro. Podemos afirmar essa “previsão” com base em declarações recentes e antigas daqueles que admiram regimes totalitários abertamente.

E não vamos longe, Mauro Iasi, professor associado II da ESS da UFRJ, filiado ao partido comunista brasileiro e com mais alguns títulos que “enobrecem” um discurso bastante inflamado e revelador que demonstrou qual é a real intenção daqueles que possuem o “monopólio da virtude” disse, veja: “Nós sabemos que você é nosso inimigo, mas considerando que você, como afirma, é uma boa pessoa, nós estamos dispostos a oferecer o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, com uma boa bala e vamos oferecer, depois de uma boa pá, uma boa cova. Com a direita e o conservadorismo, nenhum diálogo, luta”.

Mas como pode haver nesse mundo pessoas dispostas a barbárie? A deliberadamente apontar uma arma de fogo e puxar o gatilho em nome de uma ideologia? A declarar abertamente a morte de compatriotas que pensam diferente? Isso não deve ser normal, há de existir um distúrbio psicológico.

E pior, pessoas que aplaudem, apoiam e financiam esse tipo de comportamento ditatorial? Essa questão nos leva diretamente a uma obra deverás importante para todo aquele que ama sua liberdade (concreta, é claro). A obra em questão é: Ponerologia: psicopatas no poder, do Dr. Andrew Lobaczewski.

Vale trazer algumas informações do autor, que pessoalmente me parece um atestado de veracidade. Dr. Andrew trabalhou em hospitais psiquiátricos e gerais, porém, sua obra em questão é resultado de uma síntese de uma pesquisa, o qual o próprio fazia parte da equipe, que se dedicava ao estudo de desordens de personalidade em líderes políticos de regimes autoritários.

Apenas na terceira tentativa de publicação obteve êxito, aja vista ameaças e diversas intervenções do regime ao qual o subordinava à época que escreveu pela primeira vez e que literalmente virou cinza em sua lareira devido a uma “visita” inesperada do governo de Stalin.

Pois bem, o livro é divido em dez capítulos e é um verdadeiro manual de psicologia que trata do estudo, como bem coloca o título, do mal. No primeiro capítulo o Dr. Andrew nos familiariza com certas terminologias do campo da psicologia e psiquiátrica e isso é fundamental para que o leitor consiga acompanhar seu raciocínio.

Com um talento ímpar, Dr. Lobaczewski destrincha os meandros dessa considerada patologia que uma certa parcela da sociedade possui. “Dizendo que agem em nome de uma ideia mais valiosa, tais pedagogos na verdade solapam os valores que dizem defender e abrem a porta para ideologias destrutivas. Ao mesmo tempo, como já mencionamos, cada sociedade contem uma pequena, mais ativa, minoria de pessoas com várias visões depravadas de mundo, (…).”

É interessante observar que aqueles com esses desvios psicológicos, como trata o autor, se reconhecem pelas atitudes e fala e se apoiam mutuamente. “Contudo, o poder dos paranoicos reside no fato de que eles escravizam facilmente as mentes menos críticas, como por exemplo as pessoas com outros tipos de deficiências psicológicas, que têm sido vítimas da influência egoística de indivíduos com distúrbios de caráter e, em particular, um grande segmento de pessoas jovens.”

No final de um processo há uma desumanização do indivíduo, uma consciência coletiva acaba por formar e enraizar no subconsciente ideais subvertidos de moralidade. Entretanto, o autor termina a obra dando certa esperança, observar o passado e o futuro, mas sem se deter demais. O passado é um professor por excelência e o futuro um reflexo no espelho do tempo, não podemos observar o reflexo e não tomar atitudes a respeito da roupa amarrotada.

Por fim, o que de imediato podemos tirar como lição é: o estudo livre de ideologias e paradigmas abre janelas e permite a mente respirar ar puro. Em segundo lugar: o ser humano é o mesmo desde a antiguidade até hoje, como disse um sábio rei certa feita: “não há nada novo debaixo do sol”.

 

 

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