Humberto Silva Pinho

Por Humberto Pinho da Silva

A 14 de Novembro de 1839, nascia no Porto, na Rua do Reguinho, em família burguesa, Joaquim Guilherme Gomes Coelho, que veria a ser conhecido como escritor, com o pseudónimo de Júlio Dinis.

No meu tempo de menino e moço, Júlio Dinis, era o escritor dos adolescentes. Não havia rapaz ou moça, que não se deliciasse com as obras, escritas em estilo simples, fluido e acessível a todos.

Aos cinco anos de idade, falecera-lhe a mãe – de descendência inglesa, – vítima de tuberculose, assim como lhe morreram os oito irmãos, com a mesma doença.

Cursou a Escola Médica do Porto, como aluno excecional, e veria, mais tarde a ser professor da mesma.

Começou a publicar poesia no: “Grinalda” e no ” Jornal do Porto”, até que, a 12 de maio de 1866, apareceu folhetim, no: ” Jornal do Porto”, intitulado: ” As Pupilas do Senhor Reitor” – ” Crónica da Aldeia”.

Nessa recuada época, quase todos os diários e até semanários, publicavam folhetins. Romances em capítulos, mais tarde, muitos deles vieram a serem publicados em livro. Alguns romances de Camilo surgiram primeiro em folhetim, antes de aparecerem em formato de livro.

Nessa época, como se sabe, não havia Tv, Rádio ou Cinema. O enredo dessas novelas e seus autores, tornavam-se rapidamente, tema de conversas, em clubes e serões familiares

Andava a cidade do Porto em polvorosa, indagando curiosos quem seria Júlio Dinis. Entre eles contava-se seu pai, o Dr. Gomes Coelho. Até que, por mero acaso, entrando no quarto do filho, encontrou sobre a secretária, manuscritos do romance, prontos a serem entregues na redação do jornal. Júlio Dinis tinha-os deixado sobre a banca de trabalho.

Estava descoberto o segredo…e satisfeita a curiosidade…

” As Pupilas do Senhor Reitor” despertaram forte interesse no meio literário português.

Dizia-se, que fora escrito em estilo ” incolor”; ou seja: transição do romantismo para o realismo.

Pinheiro Chagas, Alexandre Herculano, entre outros, teceram palavras de louvor. Até o velho Camilo, em carta a Castilho, datada de 2 de novembro de 1867, dizia que o jovem tinha talento e chegou o momento de: “entroixar eu a minha papelada, e desempeçar a entrada à nova geração”.

Entretanto a doença que há muito sofria, agravou-se. Júlio Dinis, trocou os ares da sua cidade, por Ovar ou (Grijó?)

Acabando, em 1869, ir para o Funchal, sem conhecer melhoras, vindo a falecer na cidade do Porto, a 19 de setembro de 1871, na Rua Costa Cabral, 323, com trinta e dois anos.

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