Quem cria gado sabe que manter a tuberculose e a brucelose longe do rebanho é primordial, isso significa cuidado e investimento.
Brucelose e a tuberculose são zoonoses, doenças que são transmitidas de animais para o ser humano ou vice-versa. Por isso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem sempre muita atenção com os rebanhos de gado.
No Estado
No Paraná hoje são 93 propriedades certificadas livres das duas enfermidades. Uma delas é a propriedade Vale do Alecrim, no município de Pinhão, pertencente à família Surkamp.
20 anos de dedicação
O primeiro certificado livre da brucelose e tuberculose da Unidade Regional de Sanidade Animal de Guarapuava (URS), que abrange 13 municípios na região Centro-Sul do Paraná, foi entregue na sexta-feira, 17 de dezembro, à produtora Angelita Aparecida Freski Surkamp.
A família Surkamp, composta pelo casal e as três filhas, tem 52 cabeças de gado em 13 hectares, das quais 33 são lactantes, mantendo uma produção de 550 a 600 litros de leite por dia. Aproximadamente 180 litros vão para a agroindústria de queijo da família e o restante é entregue ao laticínio. “Estamos há muitos anos na atividade leiteira, sempre com muita dedicação, muita responsabilidade, seguindo e colocando em prática todas as orientações e exigências que a lei sanitária do Estado e do Município impõem tanto na vacinação, quanto nos exames dos animais e nos cuidados com a propriedade”, afirmou Angelita.
Vantagens de ter o certificado
Na hora da comercialização do leite, há laticínios que pagam adicional no preço do produto. Há, ainda, maior facilidade para o trânsito dos animais e vantagem na hora de comercialização, visto que o comprador não precisa realizar imediatamente a testagem contra brucelose e tuberculose.
A família Surkamp, já tem o registro no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e vendem os queijos da Angelita em vários pontos comerciais da cidade.
Agora sonham em ter o selo Susaf, “Assim que o processo de adesão do município de Pinhão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte, o Susaf, for encerrado, pretendemos abrir a venda dos nossos queijos em todo o Paraná”, contou confiante a produtora Angelita.
Uma das exigências para ter o selo é estar livre da brucelose e da tuberculose animal, que a família Surkamp já conquistou. “É uma recompensa por 20 anos que nos dedicamos a esse serviço. Espero que o certificado seja um incentivo para que mais produtores façam a adesão para estar livres dessas doenças”, convocou.
Adesão para o certificado
O produtor que quiser aderir ao processo de certificação de propriedade livre das doenças deve contatar uma Unidade Local da Adapar e manifestar a intenção. Deve ainda estar com todos os animais identificados, ter médico veterinário responsável, estar em dia com a vacinação contra brucelose e se comprometer a cumprir uma série de regras estabelecidas no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT) e no Plano Estadual (PECEBT).
Após isso, são realizados exames diagnósticos em todos os animais da propriedade. Os testes são repetidos até obter dois resultados negativos consecutivos, com intervalo de seis a doze meses. A manutenção da certificação depende do cumprimento de todas as regras e normas sanitárias estabelecidas e é renovada a cada ano, mediante a realização de testes nos animais.