Na edição 160, de 1º-15/04/2004, foi publicado neste Semanário uma matéria intitulada “O bucólico e a cachorrada”, onde tentamos encontrar alguma explicação do porque tanta cachorrada solta e em casas de Pinhão.
Minha filha por socorrer cadela de rua que gerou vários cãezinhos, acabou meio que adotando uma que deu o nome de Pipa, e um filhote dela, que deu o nome de Jabulani. Pipa, está doente, velha e não incomoda mais ninguém. Jabulani, morreu acidentado.
Quatro cadelas comunitárias, Jabulani e um outro cão que foi dado o nome de Fuleco, todos de rua, foram castrados com recursos particulares e já evitaram muitas crias, ao longo de uns 10 anos em que essas boas ações foram efetivadas.
Nessa linha, e quando estivemos Vereador na legislatura 2013-2016, um dos projetos de relevância e utilidade pública que elaboramos, foi o que deu origem a Lei nº. 1.891/2014, de 11/12/2014, de controle permanente e ético de reprodução de cães e gatos em Pinhão, e que se previu castrações de cães e cadelas, pelo Poder Público Municipal, e parcerias com Universidades e Associações e ONGs, para atenuantes da problemática.
Leis boas e más equiparam-se quando não são cumpridas. E essa lei, que foi inspirada numa de Paraisópolis-MG, até hoje ninguém colocou defeito, mas cumprir o que ela dispõe, vem sendo um grande problema. No Governo e legislatura 2013-2014, surgiu a Lei, mas até hoje apesar do Programa Panacéia, instituído no atual Governo, muito pouco foi feito e ainda de forma tímida, e Pinhão, sofre um quase caos de cachorrada solta, que atacam pessoas, ciclistas, motoqueiros, além de risco de propagação de doenças, e árduo trabalho de algumas abnegadas pessoas, que se dedicam a amparar cães abandonados e alvos de maus-tratos, mas que sofrem todo o tipo de faltas, de estruturas, alimentos, medicamentos e pouco apoio em castrações, que nos parece ser o mais sensato e racional atenuante, e que corta o mal pela raiz, e não operação enxuga gelo, faz de conta e mal do gênero.
Algo maravilhoso que está ocorrendo em Pinhão, são pessoas estarem participando de corridas inclusive representando o Município, passeios ciclísticos, cuidando da saúde física e mental em academias, e caminhadas, mas, há ataques de cachorros soltos e riscos de lesões. Este escriba já foi atacado em andanças de motocicleta e bike. No final da tarde do dia 10/02/20, nas proximidades da ponte de Passo Velho, passou apuro com um cão baio, e por muito pouco não teve mordida ou mordidas na perna, e estava de bermuda, e ao se defender quase teve queda.
Nas imediações do domicílio deste há uns 3 ou 4 cães moradores de rua, e que apesar de receberem rações, água e sem maus-tratos, no início da noite do dia 31/01/2020, não impediram, nem latiram quando drogaditos, usuário de crack, e quadrilha de ladrões, fizeram furto de veículo, que por muito não acabou em desmanche, graças a ser encontrado escondido num matagal, próximo a estrada do Combrão e Assentamento Nova Geração, de Entre Rios, em Guarapuava.
Eis aí, mais uma luta quase inglória, mas resistir é preciso e não está morto quem peleia, nem que seja só com cabo do facão.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão)