EDITORIAL

                             Deficiente, quem não é que se apresente

Na quarta-feira iniciou a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, ela tem o intuito de chamar a atenção para as dificuldades que as pessoas que têm suas deficiências mais visíveis enfrentam no dia-a-dia.

Mas, como já foi questionado em outro editorial desse meio de comunicação, na realidade essa semana deve servir muito mais para acordar a sociedade e mostrar a ela que as pessoas que tem suas deficiências intelectuais e outras mais expostas tem potencialidades múltiplas, como de todo ser humano, pois essa é a sua grande característica, o de ser múltiplo em capacidades e potencialidades.

Na verdade, o grande problema não está nas deficiências intelectuais ou físicas, mas quando elas são na alma, no caráter, no respeito ao outro, aí sim o problema é sério e gravíssimo. Tão sério que cria barreiras e preconceitos.

Quem foi ontem na APAE e só se ateve a olhar os quadros que os alunos fizeram, que estavam enriquecendo o ambiente, mesmo que olhasse com um olhar meio desinteressado, já saiu de lá se perguntando, afinal, que deficiência esses alunos realmente têm? Pois tem muito marmanjo por aí dito sem deficiência que com certeza não dá conta de fazer nenhum daqueles quadros.

E quem viu as apresentações artísticas saiu com a certeza que deficiência é muito mais um conceito cheio de ranços e preconceitos do que um fato real que possa limitar um ser humano. Ou melhor, que ela existe, mas que ser deficiente faz parte do ser humano, se a maioria das pessoas trocarem a pose e empáfia pela humildade, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência será a comemoração dedicada a todas as pessoas, pois não  há quem não seja deficiente em algo, que não traga no corpo, na mente ou na alma várias deficiências, a diferença, voltamos a afirmar, é que a maioria  consegue esconde-las, disfarça-las ou até mesmo nega-las para si mesmo e para os outros.

Agora outros vem com elas escancaradas porque são melhores, mais fortes, corajosos e com uma determinação e garra para elevar suas potencialidades muito acima de suas deficiências que chegam a deixar os que tolamente se acham os bons e “normais” tão perdidos, perplexos e desequilibrados que para não terem que dar conta de sua pequeneza insistem em ver apenas as deficiências do outro.

 

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