Alguns dias atrás, o fato ocorrido na Escola de Suzano, deixou o Brasil perplexo. Esse episódio triste nos leva a sérias reflexões. No desejo de encontrar respostas, vemos pessoas culpando a sociedade, a falta de segurança, inclusive Deus.
Devemos tomar cuidado para tratar de um fato como esse, para não sermos injustos nas ponderações. O nosso olhar diante de tal fato deve ser bem mais profundo. A violência está muito abrangente, é contra a mulher, contra a criança, no trânsito, enfim abrange todas esferas da sociedade.
Defendo que o problema está sim nas intenções do coração humano. Por mais que o fulano ou o ciclano, cresceram num ambiente ruim, num contexto adverso, isso não é motivo para que sejam pessoas de má índole.
Se eu falo o que não devo falar, se desrespeito meu próximo, se faço algo de ruim, o problema é o que está dentro, é o meu coração, as minhas intenções, os meus pensamentos. Jesus Cristo nos advertiu que “o que contamina o homem não é o que entra pela boca e sim o que sai da boca”. Lá no fundo, desculpas como “não queria fazer isso” ou, “não foi isso que quis dizer”, revelam o que está no nosso coração.
Se saiu palavras ruins, conselhos ruins, atitudes ruins, então é porque há coisas ruins em nosso coração. Em Provérbios 4.23 nos diz “sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Precisamos estar atentos as bases que formam o caráter de nossos filhos. O combate a violência e outros males, começa por aí.
Precisamos sim dar limites, e nós mesmos precisamos estar atentos até onde podemos ir. O grande problema hoje é que tem gente com a mente tão pequena, que defende uma liberdade mentirosa, a criança deve ser livre para fazer e ser o que quiser, a criança não pode ouvir um “não”. Se a criança, ou se o adolescente faz algo de errado, não pode corrigir.
Desde cedo é necessário mostrar, ensinar o que pode e o que não pode. Corrigir sim quando necessário, para que a base de sua vida seja firme e assim cresça sendo uma pessoa de bem. O grande problema hoje é que se você fala de limites, muitos já enxergam isso como um mal.
Os pais não podem ser reféns de filhos desobedientes, não podem deixar a tarefa de educação simplesmente para a escola. O problema é que muitos querem terceirizar tudo, sendo assim irresponsáveis no seu papel de formar bases seguras para seus filhos pisarem.
Coisas ruins não acontecem do dia para a noite, não são coisas de momento, pelo contrário, se agiu com violência, isso já estava lá no coração. é um processo para desencadear coisas boas, como é um processo para desencadear coisas ruins.
A violência antes de ser cultural é sim algo que nasce no coração humano, por isso que devemos cuidar das bases, estar atento as motivações, dar limites, sim, para que os nossos filhos e nós mesmos sejamos livres da violência.
Rev Sandro – pastor da Igreja Presbiteriana do Pinhão