O povo brasileiro é um povo solidário. Diante da tragédia de Brumadinho, levantou-se uma multidão de voluntários, além disso, chegaram doações do Brasil inteiro. No nosso contexto mesmo, diante da necessidade de alguma família, entidade filantrópica, há sempre uma mobilização que demonstra amor, um doar-se em favor do outro.
É fato que, fazer algo em prol do próximo é transformador, traz satisfação, renovo, tanto na vida de quem á ajudado como na vida de quem ajuda. É claro que, infelizmente existem aqueles que fazem algo em favor do próximo, mas na verdade não o fazem pensando na necessidade do outro e sim neles mesmos. O que nos deixa perplexos é ver isso acontecendo da parte daqueles que foram escolhidos para representar o povo (boa parte deles), para pensar no povo.
No discurso pré-eleitoral, prometem tudo, vão lutar pelo município como nenhum outro (o problema é que o mesmo discurso é feito em outras cidades). Grande parte, trazem algo para o município sim, mas querem que, antes de tudo, seu nome esteja em evidência, não o povo. A lógica é muito simples, “eu ajudo o povo, mas não pensando no povo e sim em mim mesmo”.
Isso é muito notório nas obras que trazem para beneficiar o povo, a maioria esmagadora, são inauguradas sem terminar, um grande evento é feito para que a figura do “dito” representante fique em evidência. O que querem do povo é o voto, não estão preocupados em saber se a obra está funcionando ou não. Como presidente do Lar do Idoso da cidade, vejo que, a ajuda vinda da população, as doações, o voluntariado, faz muito mais diferença do que certas ajudas vindas daqueles que tem a obrigação de lutar pelo povo.
Não quero aqui generalizar, mas são poucos os representantes do povo que de fato, pensam no povo. Louvo a Deus pelos representantes que de fato lutam pelo próximo, que não medem esforços para ajudar. Agora, é algo para pensarmos, saber que aqueles que não tem nome, não são deputados, fazem mais pelo próximo do que aqueles que são eleitos e pagos para representar o povo.
Uma coisa muito clara é a reforma da previdência, que mexe sim com o povo, mas não mexe com eles; na verdade é uma reforma que é boa para eles e não para povo, sem querer ser simplista. Mas isso é assunto para outro artigo.
Que as decepções com aqueles que deveriam ajudar e não ajudam, não tire de você, que ama ajudar e que se compadece de fato pelo próximo, a disposição, o doar-se em favor do outro. A você que pensa no próximo lembre-se do que diz a Escritura Sagrada “e não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo certo colheremos, se não desanimarmos” (Gálatas 6.9). É abençoada a colheita sobre aquele que planta o bem pensando nos outros, e também colherá “não sei o que”, aquele que faz o bem “pensando” no próximo.
Deus abençoe a todos os que pensam e agem em favor do outro e que Deus tenha misericórdia e acorde aqueles que só pensam em si mesmos.
Rev Sandro – pastor da Igreja Presbiteriana do Pinhão