Marcos Serpa – Sukata (Dari Duarte)
Quando te ergo nos braços
Mando embora a tristeza,
Cantando toda a xucreza
Que a inspiração me permite,
Vou froxando os rebites,
Que me prende a solidão,
E entre teclas e botão
Dedilhadas com capricho,
Esta gaita vira bicho
No peitaço deste peão!
Esta gaita companheira
Meu relicário campeiro,
No lume dum candeeiro,
Teu fole macho ecoa,
O silencio fica atoa
No teu vai e vem timbrado,
Sinto no peito encostado,
A emoção que tu causa,
Só fico triste é na pausa,
Dum fandango acabado!
O apego a esta cordeona
Já vem desde a nascença,
Como e fosse uma crença
Legada cheia de gana,
Gaita xucra e orelhana,
Minha parceira e estandarte
Que o tempo não nos aparte,
Tão cedo desta andança,
Gaitiando de toda a trança,
Nas teclas deste baluarte!
Marcos Serpa de Lima – Escritor e Compositor