Na tarde de sexta-feira, 7, nas lavouras de feijão do agricultor Mateus Carlos Nogueira, foi realizada uma Tarde de Campo Regional, onde participaram aproximadamente 200 pessoas entre engenheiros e técnicos da Emater e agricultores dos municípios de Foz do Jordão, Reserva do Iguaçu, Candói, Guarapuava, Goioxim, Cantagalo e Pinhão. O engenheiro agrônomo da Emater e coordenador estadual de projetos e implementador do projeto Centro-Sul de Feijão e Milho, Germano Kusdra, explicou os objetivos da Tarde de Campo “Esta tarde faz parte das atividades do nosso projeto, que tem o objetivo de qualificar e especializar os agricultores na produção de feijão e milho. Articuladas as questões de produtividade e renda, mas também pensando nas questões de alimentos seguros, uso de boas práticas de produção e conceitos gerais, mas que podem ser estendidos a outras culturas. Em unidades como esta, podemos mostrar aos agricultores estas tecnologias. Os produtores estão receptíveis às informações, participam, observam os resultados e se motivam a plantar também. Contamos com a parceira da Syngenta, Embrapa, IAPAR e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).” O produtor Mateus Carlos, que participa do projeto e tem a sua plantação em terras cedidas pelo amigo Luz Hamilton Kitcky, revelou que voltou a trabalhar no campo acerca de cinco anos, antes era latoeiro e pintor de carros, mas vem de uma família de agricultores e sempre gostou da lida na terra. ”Sempre gostei de trabalhar na terra, porém fiquei mais de 20 anos sendo latoeiro e resolvi voltar para o campo. Estou começando do zero, muita coisa mudou, estou correndo atrás das novidades, de pessoas que podem me apoiar e me auxiliar a desenvolver um bom trabalho. Quando o Ivan me propôs este trabalho, eu contei que só tinha este espaço e foi suficiente. O feijão, se você cuidar direitinho, é um bom negócio. Estou contente com os resultados, apesar deste ano ser um ano difícil para o preço, mesmo assim estamos investindo. A família, no começou, não gostou muito da mudança, mas já estão se acostumando e me ajudam. Arrependo-me de não ter começado antes, há uns 10 anos atrás, hoje estaria bem melhor tanto em tecnologia quando em rentabilidade. Porém nunca é tarde para começar”.

BANCO DE SEMENTES

O agricultor Pedro Luciano Miloski, de Candói contou que no passado produziu feijão em grande escala, mas que teve problemas com compradores. Atualmente planta apenas para o consumo, mas pretende em breve voltar a produzir em proporção comercial. “Nossa grande dificuldade é adquirir sementes de boa qualidade. Em dias como este, procuramos fazer estes intercâmbios para que, através de outros produtores, possamos comprá-las Hoje as empresas deste seguimento possuem outros produtos, mas não tem sementes para vender. Através da Emater, estivemos em Ponta Grossa, Guarapuava e hoje aqui em Pinhão procurando novos contatos para que consigamos as sementes. A cultura do feijão é diferente do milho, pois a semente deste é de fácil acesso ao produtor”.

Para Miloski uma das soluções seria a criação de um Banco de Sementes não somente para o feijão, mas para outras culturas. “Temos muitos atravessadores na questão comercial, mas a semente, volto a frisar, é o maior problema. Acredito que se alguém ou uma cooperativa tomasse a frente e decidisse produzir e vender sementes, eliminaríamos muitos problemas. O produtor que compra a semente de má qualidade tem um péssimo resultado na safra, se frustra e desiste. Ano passado, a saca chegou a ser vendida a R$ 450, mas foram poucos que alcançaram uma boa rentabilidade devido a estes problemas” desabafou.

Os organizadores dividiram os participantes em pequenos grupos para fazer o repasse de informações e tirar as dúvidas em palestras sobre Produção de Silagem de Milho, Controle de Invasoras, Pragas e Doenças na cultura do Feijão e também foram apresentadas 10 cultivares de feijão. A cada 20 minutos os grupos se alternavam nas palestras

 PRÓXIMO EVENTO

Ivan Junior de Oliveira, técnico da Emater e um dos organizadores, apontou que o evento superou as expectativas em número de participantes. Antecipou que já estão programados outros encontros. “Queremos durante 12ª Festa do Pinhão, realizar no sábado, dia 7 de maio, o Encontro Municipal de Produtores de Leite. Temos o desejo de organizar um evento semelhante aos realizados em exposições como a Expoguá, onde sempre tem eventos técnicos. E também para o segundo semestre de 2017, acontecerá o Seminário Municipal de Diversificação das Propriedades”, finalizou.

Prestigiaram o evento o secretário de Agricultura Darci Jocoski e o prefeito Odir Gotardo.

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