No dia 14 de novembro, considera-se em 181 países o Dia Mundial do Diabetes, data instituída pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1991 como um meio de aumentar a atenção e a prevenção para o Diabetes. A data conta com o reconhecimento e apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que em dezembro de 2006 assinou uma Resolução reconhecendo o diabetes como uma doença crônica e de alto custo mundial.
A cada ano, quatro milhões de pessoas morrem por Diabetes no mundo e mais da metade dessas mortes poderiam ser evitadas com um bom acompanhamento médico. Segundo os órgãos de saúde, estima-se que em 2025, 440 milhões de pessoas serão diabéticas, uma grave doença em crescimento e que exige a necessidade urgente de melhorar a conscientização sobre o problema e isto é possível através da educação. Sem ela, os pacientes estão menos preparados para tomar decisões referentes à alimentação, fazer mudanças de comportamento, lidar com os aspectos psicossociais da doença.
CUIDADOS
O diabetes exige alguns cuidados que são para o resto da vida como medir a glicemia diariamente, tomar medicamentos, exercitar-se regularmente e ajustar os hábitos alimentares. É uma doença que, quando mal controlada, traz sérias complicações, já que é uma das maiores causas de cegueira, doença renal, doença cardiovascular, infarto e amputações.
Sinais
Os sinais mais evidentes são sede excessiva, perda de peso, cansaço, aumento da fome, urina frequente, falta de interesse e concentração, vômito e dor de estômago, formigamento nos pés e mãos, visão embaçada, infecções frequentes e cicatrização lenta. Pessoas com má alimentação, obesas, sedentárias, hipertensas e que possuem antecedentes familiares de diabetes tem fator de risco maior para a doença.
E foi assim, apresentando uma sede excessiva que a técnica em enfermagem, Crisla Machado, descobriu em 2006, aos 18 anos que possuía a doença. “Comecei a ter um emagrecimento muito rápido, em um mês perdi sete quilos. Estava ingerindo muita água, o que fazia ficar sem apetite e, consequentemente, a vontade de eliminar este líquido também era muito grande. Tive que abandonar os estudos, estava no último ano do Ensino Médio, comecei a passar mal, tinha dor nas pernas e nos braços, fiquei em casa, tive um período de depressão e com muita vontade de dormir. A minha mãe resolveu por conta fazer um exame de sangue e o resultado confirmou suas suspeitas. Estava com o índice glicêmico(IG) em 301 e acabei ficando uma semana hospitalizada”, relembrou.
Vida Nova
O diabetes de Crisla foi classificado como Tipo 1. A notícia caiu como uma bomba para a família, principalmente para a mãe, mas com o tempo todos foram se adaptando. Reabilitada, ela iniciou uma nova vida, começou estudar e entender um pouco mais a doença, o que despertou o desejo de se tornar uma profissional da saúde. “Estudei, me formei, sou técnica em enfermagem, levo uma vida normal. Tenho que fazer as aplicações de insulina. No começo minha mãe fazia e chorava muito e eu também. Depois aprendi, só a alimentação que é um pouco complicada em questão de horários. Trabalho, estudo, faço meus exercícios normalmente”.
O segredo de uma ‘boa convivência’ com a doença é saber equilibrar, controlar o índice glicêmico, IG, a doença deprime o sistema nervoso. “Se ela está descompensada, tudo influi, às vezes uma situação no trabalho acaba afetando o sistema corporal e o IG sofre alterações. Quanto mais exercício físicos fizer, melhor é, comecei com cinco minutos, subi para 10 e hoje corro cinco quilômetros. Cada organismo reage de uma forma e é preciso conhecer o seu muito bem e ficar atenta. O apoio da família é fundamental”.
GRUPO DE HIPERDIA
O programa Estratégia Saúde da Família (ESF) atende 1.024 famílias, destas 170 pessoas tem diabetes e 500 são hipertensas. Algumas apresentam as duas doenças, a maioria são de homens, até pelo fato de que não prestam tanta atenção à sua saúde como as mulheres. “Desde fevereiro deste ano, quando iniciamos o programa chamado Hiperdia, nos reunimos mensalmente na sala da secretaria de Esportes, neste dia aferimos a pressão e realizamos o teste de IG. Nossa próxima reunião será dia 25, com inicio às 14 horas.”
O grupo iniciou com 15 participantes, hoje está com cerca de 70 pessoas. “As pessoas estão aderindo, pois uma conta para a outra. Já percebemos os bons resultados, conseguimos acompanha-los e agora os participantes entendem mais sobre a doença. As famílias têm incentivado.”
Na reunião há sempre uma médica que realiza uma palestra sobre a doença e como se cuidar, “Os participantes conversam entre si e contam suas experiências. A maioria é com idade superior a 40 anos. O ideal é que a pessoa faça seus exames anualmente, independente da idade, para que se houver algum problema clínico este seja descoberto a tempo de poder realizar um bom tratamento”, alertou a enfermeira.