Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
O causo é mais ou manos assim: se o caboclo não teve saco o bastante para conhecer e compreender as influências que pesam sobre ele, de saber quais são as forças que impactam sobre sua pessoa, aviso todo aquele que assim procede (porque quem avisa amigo é): não adianta vir com aquela lenga-lenga de que é um caipora que procura ter uma tal de opinião crítica sobre a sociedade e seus problemas, sobre tudo, porque, na realidade, estando incônscio de si, o sujeito não sabe nada do que está falando e nem porque está fazendo isso. Não mesmo. Ele apenas sente-se bem dizendo um punhado de bobagens politicamente corretas com algumas pitadas de engajamento político-ideológico. E ele assim se sente porque simplesmente um dia lhe disseram que isso seria algo bonitinho, massa, que tal atitude o tornaria uma pessoa “mais melhor de boa” e, por isso, uma alma portadora duma tal de consciência crítica, com opiniões críticas. E, por isso, quando esse tipo de gente abre a boca a situação fica crítica de doer.

(ii)
O Brasil está cheio de caiporas que dizem saber quais são as influências que pesam sobre o nosso país, porém, todavia e, entretanto, não sabem dizer quais são os reais fundamentos das ideias e valores que compõe a dita cuja da sua visão crítica da realidade.

(iii)
Cuidado, muito cuidado quando estamos procurando o fundamento das ideias que compõem a nossa visão de mundo; cuidado para não confundirmos fundamentação com justificação. Não confundamos as origens de ideias, ideais, valores e concepções de mundo com uma explicação [de momento] em que apresentamos as razões ou motivos que nos levaram a aderir a elas.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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