Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

FACES DA ALIENAÇÃO

O passado sempre se faz presente em nossas vidas com suas preciosas lições. Infelizmente, o homem moderno, por encontrar-se agrilhoado aos momentos fugidios destacados da concretude da realidade, faz-se surdo para tais ensinamentos.

Todo o tempo o drama duma multidão de vidas pretéritas está nos advertindo a não repetirmos os mesmos erros. Todavia, insistimos bestialmente em fazermos ouvidos loucos para essas vozes, preferindo ouvir o canto sedutor dos íncubos do presente que nos apartam da experiência a muito vivida em sociedade.

Íncubos que insistem em nos enfeitiçar com suas promessas dum futuro melhor. Melhor como nunca se viu antes na história e, assim será, segundo eles, repetindo os mesmíssimos erros cometidos em épocas anteriores.

Isso sim, meu caro Watson, deve ser a tal da alienação.

ALMINHA CRICA

Quando você estiver lendo um livro, seja da grande literatura universal ou não, e um caipora com pose de sabidão lhe perguntar qual é a análise crítica que você faz do mesmo, abandone o sujeito, e bem rápido, porque se você se demorar só um pouquinho com o cafifento, ele começará a falar, e falar, e falar e então seus ouvidos serão utilizados com uma latrina para excrementos verbais multiculturais e sua cabeça transformada numa fossa para os dejetos ideológicos que pululam nesse tipo de alminha criticamente crítica.

MISÉRIA NOSSA DE CADA DIA

Refletir sobre nossos atos antes de repousar a carcaça, meditar sobre o que aprendemos no correr do dia era uma instrução dada pelo filósofo grego Platão aos seus alunos e uma orientação ministrada pelos pais aos seus filhos como um elementar ensinamento catequético da Igreja Católica. Ensinamento esse que, nos modernosos dias atuais, tornou-se motivo de chacota, tamanha a bestialidade que governa as mentes e os corações incautos que se vangloriam de sua presunçosa criticidade que amam apontar para todas as contradições do mundo – que lhes desagradam – mas são incapazes de perceber as contradições aberrantes presentes em sua mísera pessoinha.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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